Zona Euro: dados de inflação fornecem sinais mistos

No evento estrela da semana, a Reserva Federal dos Estados Unidos abriu a porta à possibilidade de uma subida de taxas de juro na sua reunião de junho. Com alguns analistas a apontar setembro como a data prevista para a primeira subida, a Fed mesmo admitindo um claro abrandamento da recuperação devido ao inverno rigoroso, mostra-se confiante quanto à retoma e no comunicado emitido após a reunião de ontem diferencia-se do que disse após a reunião de março ao retirar a menção a algumas das condições económicas necessárias para uma subida de taxas.

A expansão da economia desacelerou 0.2% de janeiro a março, contra os 2.2% registados no último trimestre de 2014, reflectindo o inverno rigoroso com que o país se debateu. Dois dos grande factores que explicam este abrandamento é a alta do Dólar com repercussões na descida das exportações e a descida do preço da energia a ter reflexos na descida dos investimentos industriais.

Apesar do aumento da renda disponível pela descida do custo energético, o consumo não aumenta, com os Americanos a privilegiar a poupança em detrimento de qualquer investimento em consumo de bens duradouros.

Os últimos dados de inflação e do mercado de trabalho na Zona Euro dão sinais mistos ao mercado. Pelo menos por agora, a deflação parece um cenário mais ou menos afastado, com o índice de preços a subir de -0.1% em março para 0.0% em abril. Em termos de desemprego, 11.3% é o número registado pelo terceiro mês consecutivo no agregado da Zona Euro. Apesar de aparentemente a tendência ser de descida do número de desempregados, é um processo lento e dificilmente será um factor de pressão para os salários a breve trecho.

O Euro/Dólar corrigiu 7 figuras depois de ter atingido mínimos no arranque de abril, tendo atingido hoje os 1.1240, com o mercado cada vez mais atento á aproximação das eleições no Reino Unido.

As condições em que as eleições no Reino Unido se apresentam, são muito similares ao cenário pré-eleitoral em Portugal. Com os Conservadores e os Trabalhistas em luta renhida pela vitória nas eleições, com as mais recentes sondagens a dar a vitória aos Conservadores por margem pequena, estas eleições tornam-se assim as mais renhidas eleições desde 1970, o que poderá fazer com o vencedor não tenhvantagem suficiente para governar sozinho. Com este cenário pré-eleitoral, a GBP tem desvalorizado face ao Euro, sendo cotada neste momento a 0.7270.

(Imagem: WernerLangen, Flickr, Creative Commons)