"Vivemos o melhor momento para investir em dívida brasileira denominada em dólares"

O fundo, já registado em Portugal, conta com quase 80 milhões de dólares de activos sob gestão alcançou uma rendibilidade aproximada aos 8% nos primeiros nove meses de 2012. Ano que se destaca como o melhor retorno em termos anualizados desde o seu lançamento. A chave deste êxito? Uma estrita política de gestão, investir em activos com baixa volatilidade e risco.  
 
"Investimos grande parte da nossa carteira em empresas 'investment grade', e até 10% do nosso portfólio em dívida corporativa 'high yield' se observamos que esta tem interesse, apesar de não constituir uma parte estrutural da nossa carteira. Desta forma, controlamos o risco sem perder oportunidades interessantes no mercado", explica Clayton Rodrigues, gestor do fundo e gestor sénior de obrigações no Bradesco Asset Management (BRAM).
 
O gestor comenta, igualmente, que "este é o melhor momento para investir em divida brasileira denominada em dólares, já que as suas elevadas rendibilidade não se vão repetir. A economia brasileira deverá continuar a crescer tendo em conta os estímulos monetário e fiscal a par de um aumento na procura por títulos brasileiros que continuam a oferecer retornos elevados. 

A combinação do crescimento económico do Brasil com a boa qualidade dos títulos e da busca dos investidores em prol das 'yields' deverá comprimir ainda mais os 'spreads'. "Se temos em conta que a evolução da rendibilidade da dívida local, governamental brasileira, podemos observar que o governo oferecia taxas de 12% - 15% de rendibilidade por obrigações soberanas denominadas em reais (BRL) e com risco muito baixo. No entanto, isto está a alterar-se e actualmente a taxa oferecida ronda os 7,5%. Esta tendência para a moderação continuará e não voltaremos aos anteriores níveis de rendibilidade"
 
Lutando contra os mitos

Nem sempre é fácil convencer os investidores internacionais sobre os beneficios do mercado de obrigações brasileiro. "Depende muito do conhecimento que tenha o investidor em relação à história do Brasil nos últimos dez anos", indica Ileana Salas, directora para Europa e Médio Oriente de BRAM. "Todavia existem investidores preocupados com a exposição de Brasil a China, as possibilidades de um 'default', rumores de uma bolha creditícia, etc. Em determinados momentos, temos a tarefa de dar formação aos investidores", explica Ileana Salas. 

Contudo, grande parte destes receios são infundados. "Esperamos que a economia brasileira cresça em 2012 cerca de 2% e que melhore no próximo ano graças às medidas que estão a ser aplicadas pelo Governo, na actualidade", indica o gestor do Bradesco. Para além disso, este crescimento sustenta-se numa sólida base económica: "60% do PIB da economia brasileira provém da procura doméstica pelo que é menos influenciada pela situação global. Dos 11% que correspondem a exportações, a China só representa 17%, pelo que a desaceleração económica do gigante asiático não implicará um grande efeito para o Brasil. Isto, sem contar com um sistema financeiro brasileiro muito bem capitalizado, superando os requerimento de Basileia", explica a directora de BRAM.
 
Por outro lado, é importante ter em conta que "quando um investidor compra um fundo que investe em mercado emergente ou América Latina, está a comprar principalmente Brasil e outros poucos países", acrescenta Illeana. O Brasil é o principal mercado de obrigações entre os países emergentes, representando mais de 100.000 BILHÕES de dólares no mercado de dívida corporativa emergente. Para além disso, oferece uma rendibilidade média de 6,6% para títulos de dívida corporativa emergente, o que é uma taxa superior à oferecida nos outros países que fazem parte do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). 

"Com o Bradesco Brazilian Hard Currency Bonds" conseguimos oferecer aos investidores internacionais um produto de risco reduzido, baixa volatilidade e uma alta rendibilidade", assinala Illeana Salas. Isto, sem incluir que, por se tratar de dívida brasileira denominada em dólares, "o investidor não tem que se preocupar pela evolução do real (BRL) nem pelo impacto sobre os rendimentos que implicaria o Imposto de Operação Financeira (6%), pois apenas se aplica a investimentos estrangeiros em moeda local, explica.