Ventos favoráveis às economias da Europa e dos EUA

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tim phillips photos, Flickr, Creative Commons

Na última publicação “Global Economic Perspective”, da Franklin Templeton Investments, a equipa de Fixed Income abordou  algumas situações, nomeadamente  o crescimento dos fundamentais norte-americanos, o não regresso às economias asiáticas até agora e ainda revelou o seu outlook para a Europa.

Crescimento dos fundamentais continua intacto

A redução mensal das compras de ativos por parte da FED, poderia perspetivar que até final do ano as compras fosses interrompidas, caso o mercado de trabalho continuasse a recuperar, e a inflação mostrasse sinais de normalização e o crescimento norte-americano fosse sustentável. A decisão da FED, tomada em maio, levou a uma fuga de capitais de alguns países, com grande parte da liquidez a voltar a casa.

Segundo o relatório, é importante saber se o “mercado está assustado, relativamente a pequenos mercados emergentes”, o que juntamente com os dados publicados mais recentemente se serão “uma desculpa para que alguns participantes do mercado reposicionem as suas carteiras após um longo período de preparação em ativos “de risco”,

Já a queda recentes dos das yields nas obrigações “pode ser parcialmente atribuída aos dados económicos mais fracos nos EUA”.

Continuamos a acreditar que a recuperação nos EUA está no caminho certo e nada mudou nas forças fundamentais da economia norte-americana nas últimas semanas que nos leve a mudar a nossa visão”, lê-se no relatório. Para essa recuperação, a gestora internacional aponta alguns factores como é o caso da “diminuição da intensidade dos cortes do ano passado, no que diz respeito aos gastos federais; o acordo orçamental assinado no Congresso ajudaram a estabilizar as perspetivas de crescimento”, entre outros. Como consequência, “se não houver uma grave crise nos mercados emergentes, os rendimentos do tesouro norte-americano podem voltar a subir”.

Afastamentos da crise asiática...até agora

Os mercados emergentes têm sido notícias no últimos meses, pelos piores motivos. A redução da compra de ativos por parte da FED tem arrastado as moedas locais para mínimos históricos e os problema políticos não têm ajudado (por exemplo Tailândia, Turquia e Ucrânia). “Continuamos a acreditar que os investidores devem diferenciar a sua escolha entre os países que continuam a colocar os fundamentais de crescimento de forma sustentada (níveis de dívida baixos, saldos de conta corrente sólidos e reservas em moeda forte) e aqueles que estão excessivamente dependentes dos fluxos de crédito de curto prazo”, lê-se no relatório.

Outlook Europeu

Indicadores forward como a confiança dos consumidores, as pesquisas na indústria transformadora, entre outros, “continuam a apontar que a recuperação europeia está no caminho certo”.

O Reino Unido permanece na vanguarda, com a economia a crescer a uma taxa anualizada de 2,8%, no último trimestre do ano passado. “Muitos observadores duvidam que esse crescimento consiga ser mantido, embora possa ser prolongado pelo investimento empresarial e pelas exportações”.

Entre países como a França, Espanha e Itália, o destaque vai para Espanha já que “parece ser o país, destes três, apresenta as maiores melhorias, graças a reformas estruturais que têm sido feitas desde 2011”.

A inflação muito baixa continua a ser um grande problema. Este indicador na Zona Euro caiu abaixo das previsões, ao fixar-se em 0,7% em janeiro o que é bem abaixo dos 2% definidos pelo BCE. A inflação baixa pode ser causada pela “fraca procura interna que resultou das políticas de austeridade e ainda o não crescimento dos salários”, como se pode ler no relatório.

Mario Draghi, nos seus últimos discursos afirma que não existe deflação e que este período prolongado de inflação baixa pode ajudar a economia europeia a crescer de forma mais sólida. “Mesmo se houver argumentos sólidos para falar em deflação ao estilo japonês, há motivos para temer a inflação baixa. Será mais difícil aos países europeus mais fracos reduzir a sua dívida de forma sustentável e assim produzir uma melhoria económica duradoura”.

“Os mercados de capitais europeus foram bem comportados. Os rendimentos de títulos de dívida pública europeia dos países periféricos os Bunds alemães estabilizaram ou continuam a cair”, afirmam os especialista da gestora. “Além disso , o Eurostat divulgou números  que mostraram que a dívida pública da zona euro, em percentagem do PIB, caiu no terceiro trimestre de 2013 pela primeira vez em seis anos, com quedas em cada uma das três maiores da região (França, Alemanha e Itália).