Value ou growth? Revisão das teses de investimento nas ações

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kugel, Flickr, Creative Commons

Nos últimos anos as apostas a favor dos títulos com bias growth têm gerado grandes lucros para os investidores. Agora que as valorizações são tão elevadas torna-se difícil eleger ações a um bom preço. Por outro lado, num contexto em que as taxas de câmbio e a evolução das taxas de juro têm influência sobre a melhoria dos lucros não existe tanta clareza quanto ao estilo que melhor se pode “sair” neste panorama de mercado. A partir de um questionário elaborado pela Funds People, são confrontados os estilos value e growth e são dadas as pistas sobre as apostas mais adequadas para os próximos meses.

A escolha mais convicta acerca do estilo value aparece da Nordea, pela parte de Tom Stubbe Olsen, gestor do Nordea 1- European Value Fund: “O value tende a bater outros estilos de investimento na Europa a longo prazo. A combinação entre fortes lucros e modelos de negócio, e uma aproximação consciente e sistemática para evitar pagar de mais pelo título que se compra é uma combinação poderosa que tem gerado retornos superiores aos do passado para os investidores. Não vemos porque poderia ser diferente no futuro”.

Outra perspetiva é apresentada por Juan Barriobero, do Deutsche AWM: “Nem growth nem value. Preferimos realizar uma análise caso a caso. De momento os mercados são mais growth, mas desde a segunda metade de abril, é certo que os nossas estrategas começaram a recomendar mais value, porque num contexto de subidas de taxas as empresas com este bias deverão sofrer menos”.

Noutro extremo aparece a J.P. Morgan AM que fala da maior importância na aposta growth, porque consideram que as bolsas dos EUA “já consideraram nos preços as más notícias em relação ao impacto negativo sobre os lucros norte-americanos da queda do preço do petróleo e do dólar forte” . “Ainda assim os nossos analistas esperam que os lucros norte-americanos cresçam cerca de 4% em 2015 e cerca de 11% em 2016”, explicam.