Valor sob gestão cresce até Maio na quase totalidade das gestoras

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epSos.de, Flickr, Creative Commons

A quase totalidade das sociedades gestoras de fundos mobiliários terminou o mês de Maio com um montante sob gestão superior ao do final de 2012, havendo apenas três excepções, de acordo com o relatório mensal divulgado pela APFIPP.

O crescimento contínuo dos ativos sob gestão dos fundos mobiliários, observado desde o início do ano, vem comprovar as expetativas de recuperação gradual da indústria. Este movimento está, em nosso entender, relacionado com a necessidade de diversificação das aplicações por parte dos investidores para soluções de investimento com um binómio de rendibilidade/risco superior ao dos depósitos a prazo. O referido movimento resulta, por um lado da diminuição dos níveis de remuneração das aplicações e depósitos, mas também do bom comportamento da generalidade das classes de ativos, que contribuiu para que os níveis de apetite por risco por parte dos investidores tenha aumentado”, referiu Cristina Brízido, directora-adjunta da Caixagest, à Funds People Portugal.

O maior crescimento em valores absolutos pertence à ESAF, com 489 milhões de euros (ou 16,9%), para 3.385,9 milhões de euros, sendo a gestora com maior montante gerido. Segue-se a Millennium Gestão de Activos, com 239,7 milhões de euros (ou 24,2%), para 1.228,3 milhões de euros; a Santander Asset Management, com 161,9 milhões de euros (ou 11,9%), para 1.517,4 milhões de euros; e o Barclays Wealth Managers Portugal, com mais 100,2 milhões de euros (ou 32%), para 413,5 milhões. Estas são as sociedades que apresentam crescimentos em valores absolutos de três dígitos desde início deste ano.

Luis Carvalho, director na CA Gest, considera que “caminhamos gradualmente para uma recuperação e que, de alguma forma, o actual cenário de  descida da taxa de remuneração dos depósitos, da preocupação relativamente aos  depósitos acima de €100.000 depois do evento em Chipre , favorece a indústria de fundos de investimento. Temos verificado novas entradas  na maioria dos nossos fundos, como é o exemplo do CA Raiz Rendimento, um fundo que viu  o seu volume sob gestão quadruplicar  desde o início do ano.”

“Importa salientar também que esta recuperação tem estado focada em segmentos mais defensivos, como os fundos de mercado monetário e de tesouraria, sendo, porém, já visível também uma evolução favorável nas categorias de fundos de obrigações e de fundos mistos. Existem bons motivos para acreditar que exista uma consolidação desta recuperação ao longo do segundo semestre deste ano”, acrescenta Cristina Brízido. Igualmente confiante quanto ao fecho de 2013 com volumes de activos bastante acima de 2012, Luís Carvalho aponta os meses a partir de Junho serão as provas de fogo pois "serão testados na nossa rede novos produtos que combinam vários instrumentos e que de certa forma são inovadores face à nossa oferta habitual. Resta saber se existirá uma efectiva tendência de capitalização dos fundos”.

As restantes nove gestoras apresentam aumentos abaixo de 50 milhões de euros, considerando os valores absolutos, havendo três cujo montante gerido regista um decréscimo face ao início do ano. O da Montepio Gestão de Activos situava-se em 334,4 milhões de euros em Maio, menos 3,7% que em Dezembro de 2012, o da Patris Gestão de Activos estava em 187,5 milhões de euros, uma descida de 7,3%, e o da Popular Gestão de Activos era de 66,3 milhões de euros, a recuar 14% comparativamente com o final do ano passado.

Em Maio, o valor dos activos geridos pelos fundos de investimento mobiliário totalizava 13,4 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento desde início do ano de 9,3% e a uma subida relativamente a Abril de 2,6%, de acordo com os dados divulgados pela APFIPP.