Uma geração que respira tecnologia e que está sempre 'ligada' a vários ecrãs

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Cedida

A geração dos millennials - neste relatório definida como incluindo as pessoas nascidas entre 1980 e 2000 - são o alvo do terceiro estudo temático do Espírito Santo Investment Bank. Esta geração, que é já hoje em dia a maior camada da população do mundo, faz do sector da tecnologia, media e telecomunicações uma presença constante no seu quotidiano. José Martins Soares, estratega-chefe da equipa de research da entidade, sublinha que esta geração “tem hábitos e um modo de vida que vão criar oportunidades de investimento, mas que, a par disso, vão também criar muitas dificuldades aos negócios existentes que não se saibam adaptar”.

Viver para a tecnologia

Segundo a publicação do Espírito Santo Investment Bank, esta geração tem o tamanho da população de países como a China, e talvez venha a ter maior influência do que o país tem presentemente, totalizando hoje perto de 1,2 mil milhões de pessoas. Também a sua importância económica vai continuar a crescer: estima-se que os Millennials representem 75% da força de trabalho global em 2025.

Geração Multi-Ecrã?

Esta geração continua ligada à televisão (o seu primeiro ecrã), seja offline, seja online. Os desktops e os laptops tornaram-se o segundo ecrã, permitindo o acesso à internet e, consequentemente, a conectividade ao mundo ocidental. Contudo, foram os telemóveis que permitiram que este fenómeno se tornasse global, suplantando as dificuldades básicas de telefonia fixa, especialmente em mercados emergentes. Os telemóveis 'inteligentes' e os tablets (respetivamente os terceiro e o quarto ecrãs) continuam a permitir e a democratizar a mobilidade e conectividade. A acrescentar, as “quase” indispensáveis consolas de jogos, os relógios inteligentes que num futuro se vão somar às plataformas existentes e que esta geração usa 24h por dia, 7 dias por semana. Segundo José Martins Soares “os hábitos de consumo estão a mudar dramaticamente com esta geração.”

Quais as empresas “beneficiárias” desta tendência de crescimento?

São 14 as empresas que a entidade seleccionou e para as quais dá recomendação de compra. Sublinha-se e, de acordo com uma das conclusões deste research, que a IDC - empresa líder mundial na área de market intelligence prevê que até 2020, quando os gastos da indústria de tecnologias de informação e comunicação alcançarem os 5 biliões de dólares, 40% dos lucros da mesma e 98% do seu crescimento serão impulsionados por tecnologias da terceira plataforma, isto é, tudo o que rodeia os mobile devices e apps. É, nesta base, que o ESIB indica como oportunidade de investimento, as seguintes empresas: Anite, ARM Holdings, AZ Electronic Materials, BT Group, Laird, Philips, Sage Group, Telenor, Zon Optimus, Bharti Airtel Limited, Infosys, Asseco, Sygnity e Liberty Global. Na escolha destas empresas há uma lógica de diversificação geográfica entre mercados emergentes e desenvolvidos que para José Martins Soares é explicada pela cobertura de empresas do banco. “É normal perguntarmos aos nossos analistas em todo o mundo quais as melhores maneiras de investir no tema que analisamos: daí estes 14 nomes. Além disso, também os nossos economistas no Brasil, na Índia, no Reino Unido e noutras partes onde está presente o nosso grupo, contribuem com um artigo de opinião”.

O estratega-chefe da entidade disse a título de conclusão que “o feedback dos investidores tem sido muito positivo a esta abordagem temática dos relatórios que o ESIB tem vindo a lançar ao longo deste ano e, por isso, vamos continuar a trabalhar sob esta linha estratégica”.