“Uma análise criteriosa das mais diversas particularidades que compõem um fundo”

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Cedida por Barclays Wealth and IM

 

Que tipo de análise realiza perante a lista de fundos que lhe é disponibilizada internamente? Repete, de algum modo, a análise quantitativa feita anteriormente ou faz apenas uma análise qualitativa associada à alocação posterior?

O processo de selecção dos fundos recomendados pela equipa do Barclays, é fruto de uma análise criteriosa das mais diversas particularidades que compõem um  fundo - tipo de gestão aplicada, binómio rentabilidade/risco, ‘alpha’ gerado, ‘tracking error’, ‘sharpe ratio’, ‘back testing’, etc. Perante esta selecção e ‘due diligence’ de acordo com o que são as melhores práticas de mercado, os fundos que estão aprovados na lista de investimento, constituem uma importante ferramenta de trabalho na hora de decidir. Na escolha vai imperar, qual a estratégia que se procura implementar (por exemplo se ‘growth’ ou ‘value’), qual a rentabilidade do fundo face ao seu ‘benchmark’, quais os activos em que está investido, qual a visão do gestor e se esta se enquadra com a nossa visão, qual o seu posicionamento táctico face à conjuntura actual, qual o comportamento do fundo em determinados eventos históricos de volatilidade nos mercados financeiros, enfim, todo um conjunto de critérios que utilizamos para seleccionar da lista aprovada para investimento. Além de que, são realizadas reuniões periódicas com os representantes da entidade gestora e gestores dos fundos seleccionados, para discussão e análise dos temas e particularidades abordadas acima.

Como é feita a selecção dos fundos, relativamente às carteiras de alocação e segmento de cliente? Quais os elementos que tende ter sempre presente? Diversificação? Liquidez?

Na sua generalidade os fundos são seleccionados de acordo com a perspectiva de risco/retorno da carteira destino, visão de mercado e respectiva alocação táctica definida. Considerando os perfis de risco tradicionais - conservador, moderado e dinâmico - o que varia maioritariamente não é o fundo em si, mas a percentagem que lhe é alocada em termos de investimento. Por exemplo, um determinado fundo de obrigações, terá maior peso num perfil conservador e menor num perfil dinâmico. O mesmo acontece com um fundo de acções seleccionado, este terá maior peso no perfil dinâmico e menor no conservador. Poderá num dado momento, seleccionar-se determinados fundos consoante o perfil da carteira, especialmente quando se pretende realizar um investimento direccional e face à conjuntura de mercado e perspectiva de evolução do mesmo. Seja como for, a dispersão geográfica e a diversificação em termos de alocação táctica, juntamente com o investimento em activos com liquidez diária, são factores sempre ponderados aquando da fase da selecção dos activos a investir.

De que forma é feita a revisão dos fundos em carteira? É um processo regular e definido ou pontual? Quais os critérios mais ponderados para deixar de recomendar um fundo?

A revisão dos fundos é regular, sendo a sua ‘performance’ acompanhada diariamente, dedicando especial atenção ao impacto no mesmo das oscilações de mercado, ao seu comportamento face ao ‘benchmark’ e se está a cumprir com o objectivo de retorno pelo qual foi seleccionado. As reuniões periódicas com a entidade gestora e gestores, é também uma ferramenta importante na gestão que permite apurar a consistência da gestão e o enquadramento da visão com a nossa visão. Se critérios como o de ‘performance’, gestão de risco, visão, consistência na gestão e ‘alpha’ gerado não se verificarem, são determinantes para a sua substituição na alocação táctica da carteira de investimento.