“Um bom momento de entradas em fundos imobiliários no Brasil”

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Junnn, Flickr Creative Commons

Os fundos imobiliários (FIIs) sofreram uma descida acentuada nos últimos meses. Só em Junho, a desvalorização do Ifix, índice que mede o desempenho dos principais fundos negociados na BM&FBovespa, foi de 7,23%. No ano, as perdas já ultrapassam os 9%, refere um artigo publicado no UOL.

A XP Investimentos realizou um relatório para os seus clientes, no qual refere que a recente desvalorização dos fundos imobiliários não reflecte os reais fundamentos do sector. "Temos poucas dúvidas em afirmar que o mercado de fundos imobiliários nunca esteve tão depreciado quanto se encontra agora. São inúmeras as divergências, incoerências e oportunidades de adquirir verdadeiras pechinchas. Desde que o mercado ganhou uma mínima robustez não tivemos hora melhor para se posicionar", disseram os analistas da entidade brasileira.

Conforme é referido no relatório existem dois motivos para o recuo registado pelos fundos imobiliários nos últimos meses. Em primeiro lugar, o forte crescimento pelo qual o mercado passou no segundo semestre de 2012, especialmente após o sucesso da estreia do fundo BB Progressivo II.

"Esta oferta abriu a porta do mercado de FIIs para muitos e atraiu uma série de investidores desalinhados com o que o produto oferecia”, apontam os analistas.

O segundo motivo, de acordo com a XP, foi a subida da taxa de juro de referência. Na última reunião, o Copom (Comité de Política Monetária do Banco Central) decidiu aumentar a Selic para 8% ao ano. Com a taxa de juro de referência num nível mais alto, uma correcção nos preços das unidades de participação dos fundos imobiliários é, naturalmente, expectável. Contudo, a XP considera esta correcção exagerada.

"A principal deficiência na fixação dos preços correta está em olhar apenas para a  remuneração actual do fundo e o seu nível de risco, automaticamente comparando estas variáveis a obrigações e à Selic esperada para o fim do ano. Neste processo é esquecido que fundos imobiliários têm diversas fontes de incremento de receita ao  longo de períodos mais longos, que são variáveis dependendo de seu eixo de actuação", diz o relatório.