Três anos: dois fundos de obrigações com retorno de dois dígitos

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sorw201, Flickr, Creative Commons

Nos últimos três anos assistimos a diversos acontecimentos que marcaram e vincaram os fundos de investimento em Portugal, nomeadamente os fundos de obrigações. Analisando as rendibilidades dos fundos de obrigações que se enquadram nas três categorias da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (Taxa Indexada Euro, Obrigações Euro e Obrigações Internacionais), verificamos que a média anual das valorizações das cerca de duas dezenas de produtos ronda os 5%.

Entre os fundos de obrigações geridos por entidades nacionais, dois conseguem registar uma rendibilidade anualizada superior a 10%. São eles: o NB Obrigações Europa e ainda o Montepio Taxa Fixa.

O primeiro, gerido por Vasco Teles da GNB Gestão de Ativos, regista uma rendibilidade anualizada de 14,83%. No final de julho tinha mais de 29 milhões de euros em património, com mais de 85% da carteira a estar aplicada em obrigações soberanas de países como Portugal, Itália ou Chipre, entre outros. Este tipo de investimento faz jus ao perfil do produto que, conforme explicou o gestor à Funds People no passado, “é um fundo dedicado a taxa de juro e soberanos zona euro. Pode, por regulamento, entrar noutros activos, nomeadamente dívida empresarial, mas sempre que o fez foi numa proporção marginal, de forma a não alterar substancialmente o perfil mencionado de fundo de governos, que é o que os nossos subscritores procuram”. O fundo está também classificado com o rating quantitativo máximo atribuído pela Morningstar.

Já o fundo da Montepio Gestão de Activos atinge uma rendibilidade anualizada de 10,94% nos últimos três anos. Este produto, cujo património supera os 9 milhões de euros, entrou recentemente na lista dos fundos cinco estrelas de acordo com a análise quantitativa da Morningstar. Os maiores investimentos em carteira são obrigações soberanas de Portugal e Espanha.

Ao contrário destes dois fundos que investem maioritariamente em dívida pública, surge o terceiro mais rentável no período e que se diferencia pela sua aposta em dívida corporate. O NB Renda Mensal alcança, nos últimos três anos, uma rendibilidade anualizada de 6,6%, sendo gerido por Tânia Pinheiro. Com o enfoque para a zona geográfica da Europa, o sector como mais peso na carteira é o financeiro, com a presença de emissões obrigacionistas de instituições como o Morgan Stanley ou Citigroup. Este fundo tinha no final de julho quase 14 milhões de euros em património.

Os fundos de obrigações nos últimos três anos

Fundo Categoria Gestora Rendibilidade 3 anos (%)
NB Obrigações Europa Obrigações Euro GNB Gestão de Ativos 14,83
Montepio Taxa Fixa Obrigações Euro Montepio Gestão de Activos 10,94
NB Renda Mensal Taxa Indexada Euro GNB Gestão de Ativos 6,60
BPI Euro Taxa Fixa Obrigações Euro BPI Gestão de Activos 6,09
Caixagest Obrigações Longo Prazo Obrigações Euro Caixagest 6,07
NB Capitalização Taxa Indexada Euro GNB Gestão de Ativos 5,80
CA Rendimento Taxa Indexada Euro CA Gest 5,28
Caixagest Obrigações Taxa Indexada Euro Caixagest 4,98
Popular Euro Obrigações Obrigações Euro Popular Gestão de Activos 4,76
Millennium High Yield Bond Selection Obrigações Euro Millennium Gestão de Activos 4,24
Millennium Euro Taxa Variável Taxa Indexada Euro Millennium Gestão de Activos 3,84
Montepio Obrigações Taxa Indexada Euro Montepio Gestão de Activos 3,67
Santander Multi Taxa Fixa Obrigações Euro Santander Asset Management 3,27
Caixagest Obrigações Mais Obrigações Euro Caixagest 3,22
Millennium Rendimento Mensal Obrigações Euro Millennium Gestão de Activos 3,14
Santander MultiCrédito Taxa Indexada Euro Santander Asset Management 2,63
Santander MultiObrigações Taxa Indexada Euro Santander Asset Management 2,49
BPI Obrigações Mundiais Obrigações Internacionais BPI Gestão de Activos 1,73
Postal Capitalização Taxa Indexada Euro Caixagest 1,46
Fonte: APFIPP no final de julho