"Too Slow Growth for Too Long"

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Na antecâmara da reunião da Primavera que irá decorrer em Washington entre o FMI e o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional publicou o seu relatório sobre a situação económica global, e o título é elucidativo: Too Slow Growth for Too Long.

Lento demais por demasiado tempo, originando que a economia Mundial esteja mais exposta e sujeita a mais riscos. O Fundo Monetário Internacional prevê um crescimento global de 3.2% em 2016 e 3.5% em 2017, num cenário recheado de riscos financeiros e geopolíticos que exigem reformas estruturais fiscais e monetárias.

Com a recuperação mais lenta das economias avançadas e a fraqueza reiterada dos países emergentes, o FMI alerta para a possibilidade de entrarmos numa "estagnação secular", expressão usada para identificar tempos de crescimento reduzido, taxas de juro baixas e deflação.

​Dos 16 países analisados, destaque para a melhoria da projecção de crescimento da China, que viu subir as previsões de 6.3% em janeiro, para 6.5%. Assente numa diversificação do modelo económico e de múltiplos estímulos avançados pelas autoridades, a China pelo seu papel no comércio global, representa para o FMI uma pequena esperança na retoma do crescimento.

Os riscos foram bem identificados:
- Possibilidade de aumento da volatilidade, com impacto directo na confiança. Foi evocado o exemplo de depreciações cambiais fortes nos países emergentes que podem afectar o balanço das empresas e originar uma descida acentuada nos fluxos de capital. A procura interna será com certeza afectada.

- Caso os preços do petróleo se mantenham baixos por um período prolongado de tempo irá destabilizar a perspectiva futura dos países exportadores da matéria-prima.

- Um abrandamento na China terá impacto internacional através do comércio e nos preços das matérias-primas, gerando desconfiança na retoma global.

 
- Possibilidade de eventos não económicos com impacto na economia global: conflitos geopolíticos, crise dos refugiados, pandemias e terrorismo.
 
Como ponto positivo da actual situação o FMI relembra que os preços baixos do petróleo permitem que países tradicionalmente importadores comprem mais, não sendo de desprezar a possibilidade de percepção por parte consumidores, de que o preço irá manter-se baixo por um longo período de tempo.