Terceiro trimestre de 2017 termina com maior volume de execução e receção de ordens que no mesmo período de 2016

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A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários publicou os dados sobre intermediação financeira relativos ao terceiro trimestre de 2017, revelando que o volume de execução e receção de ordens aumentou relativamente ao mesmo período de 2016, mas decresceu face ao trimestre anterior. Mas analisemos os dados por partes.

No que diz respeito ao valor das ordens recebidas no mercado a contado, o relatório publicado dá conta de uma queda de 12,9% comparativamente com o segundo trimestre, totalizando 21.205,1 milhões de euros. Em comparação com o mesmo período de 2016, o montante registado representa um aumento de 5,6%.

Do lado das classes de ativos, a dívida pública representou mais de 44% do total, seguida pela dívida privada, com 26,7% do total, e pelas ações, que representaram 19,4%. Entre julho e setembro, as ações foram o segmento que maior queda trimestral registou – menos 22,9% que nos três meses anteriores. Os segmentos de dívida pública e dívida privada, por sua vez, registaram uma queda de 19% e 4,5%, respetivamente.

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Os investidores não residentes foram responsáveis por mais de metade do valor das ordens recebidas, mas com uma queda de 11,8% no valor total, ascendendo a 12,216,1 milhões de euros. Já os investidores residentes representaram 42,4%, num total de 8.989 milhões  de euros, ou seja, menos 14,5% em comparação com o trimestre anterior.

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Portugal, França e Espanha foram os países cujos ativos maior percentagem do valor das ordens receberam – 58,1%, 8,8% e 8,3%, respetivamente.

Relativamente ao mercado a prazo, o volume de ordens recebidas decresceu 21,9%, fixando-se nos 20.073 milhões de euros. Os instrumentos financeiros mais utilizados foram os CFDs, com 51,8%, e os futuros, com 45,7%. “Ao nível dos ativos subjacentes, as preferências recaíram sobre taxas de câmbio (40,1%) e índices (25,1%)”, revela o relatório.

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Volume de execução de ordens com queda trimestral

No que diz respeito à execução de ordens por conta de outrem, o terceiro trimestre terminou com um volume total de 17.521,9 milhões de euros, montante que representa uma queda de 17,4% face ao trimestre anterior. Não obstante, quando comparado com o mesmo período de 2016 verifica-se um aumento de 8,1%.

Verificou-se uma queda das ordens executadas em todos os segmentos, mais pronunciada no segmento de ações – decresceu 24,5% –, sendo que nos segmentos de dívida privada e dívida pública o decréscimo foi de 21,3% e 14%, respetivamente.

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Do total das ordens, 45,4% das transações foram realizadas fora de mercado, cujo montante ascendeu a 7.961,5 milhões de euros (menos 29,4% face ao trimestre anterior). A internacionalização de ordens, por sua vez, representou 36,5% do total, tendo registado uma queda de 1,7% no montante transacionado para 6.401,4 milhões de euros. As transações nos mercados nacionais, por sua vez, ascenderam a 2.701,5 milhões de euros (menos 6,7% que nos três meses anteriores).

O valor das ordens no mercado a prazo caiu 32,6% no final do terceiro trimestre, fixando-se nos 5.870,2 milhões de euros. Os CFDs surgem como o instrumento financeiro mais transacionado neste mercado, com quase a totalidade do montante total das ordens executadas, sendo que os contratos de futuros representaram 6,8% do total.

O ativo subjacente mais procurado, por sua vez, foram os contratos de derivados com 60,9% do total, cujo valor das ordens ascendeu a 3.575,2 milhões de euros. As taxas de câmbio foram o segundo ativo subjacente mais procurado, com um peso de 29,8% nas decisões de investimento.

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