“Tenho um grande foco nos lucros: é a única coisa que me interessa”

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Cedida

Numa altura em que o excesso de liquidez na Europa força mais do que nunca os investidores a entrarem no caminho do risco, a Schroders apresentou recentemente em Lisboa uma solução que se pode dizer que fica “a meio caminho” do trilho das ações. Numa conferência denominada de “Market Neutral – Alternativa para mitigar a volatilidade na Europa”, a gestora contou com a presença de Lionel Rayon (na foto), fund manager do Schroder ISF European Alpha Absolute Return, que iniciou a sua apresentação falando primeiramente das condições de mercado na Europa.

Três questões que podem provocar “surpresas”... positivas

“Estou bastante positivo relativamente ao quadro macroeconómico da Europa para este ano”, começou por dizer o profissional, que logo de seguida foi muito direto ao traçar três questões específicas que, unidas, podem constituir alguma surpresa nos mercados. Em primeiro lugar fez referência aos preços do petróleo, cuja descida poderá “provocar um aumento, em média, de 3,5% nos salários na Europa”. “Já ninguém se recorda de um incremento tão significativo nos salários. É enorme!”, frisou o especialista. O segundo “ponto quente”, na opinião do fund manager, é a cotação EUR/USD, e a depreciação da moeda europeia, que poderá ter impactos positivos nos mercados. Por último, abordou os atuais níveis de taxas de juro, que “poderão ter efeitos positivos em alguns países, como Portugal, Espanha ou Itália, onde o acesso ao crédito será facilitado”.

Claramente otimista, o especialista reforçou que “todos estes factores conjugados fazem com que se torne óbvio que a economia europeia vai crescer acima de 1%”. Por esta altura, para Lionel Rayon, torna-se fulcral estar exposto ao que apelida de ‘short cycle’, e que se traduz em sectores como os de logística, ou de meios de comunicação/publicidade.

A estratégia apresentada

O Schroder ISF European Alpha Absolute Return aparece neste contexto como uma solução que pode “servir” a muitos investidores. “Este fundo é gerido com uma grande capacidade de preservação de capital”, referiu, sublinhando “a muito baixa exposição líquida ao mercado”, e um target de volatilidade que se situa entre 8% e 10%.

Na gestão do fundo, o portfolio manager diz privilegiar uma grande “fidelidade” aos dados que podem ser realmente previstos, e que se adequam a períodos de tempo curtos. Lionel frisou o facto de não usar “leverage” na carteira do fundo, tendo sim “um grande enfoque nos lucros”, e uma menor atenção às avaliações.

Com um processo de investimento “simples” e “disciplinado”, o especialista enumerou os quatro passos essenciais desse método: em primeiro lugar identificar fontes de volatilidade, em segundo lugar produzir previsões lógicas, em terceiro perceber porque é que podem estar a discordar do consenso de mercado e, por fim, executar uma monitorização constante do produto.