“Temos de ser seletivos”

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Cedida

Na sua última passagem por Lisboa, Gilbert Keskin, Co-Head of Volatility e Convertible Bonds da Amundi Asset Management falou à Funds People sobre as obrigações convertíveis e a sua importância para diversificar uma carteira de investimento. O especialista explicou que este tipo de ativo é um “bom investimento a longo prazo”, já que tem a “capacidade de resistir durante mais tempo a descidas de mercado, apresenta boas rendibilidades mesmo com menor volatilidade e tem, ainda, uma baixa duração”.

O gestor deu como exemplo os maiores sell-off dos últimos vinte anos, como a crise grega, o tapering ou os fenómenos naturais que atingem o Japão de tempos a tempos, entre outros, e comparou as quedas nas ações e nos convertíveis. “Podemos ver que a média destes acontecimentos é de uma queda de 11,1% nas ações, enquanto nos convertíveis não ultrapassou os 4,4%, refere. “De facto, historicamente, as convertible bonds apresentam melhores resultados dos que as ações, quando o mercado está em queda”, justifica o gestor.

Necessidade de expertise

A escolha das obrigações convertíveis é, portanto, uma etapa muito importante para o sucesso dos ativos. Para o especialista da Amundi “é necessário um gestor para selecionar as melhores convertible bonds” , sendo a seleção uma etapa primordial. “Temos de ser seletivos”, afirma prontamente Gilbert Keskin. Só através desta seleção é que “conseguimos que as convertible bonds sejam melhores do que as ações nos últimos sete anos”, sublinha. Ainda assim, numa lógica de diversificação de carteira, o gestor acredita que “a presença de obrigações convertíveis não deve ultrapassar mais de 10% do portfólio”, sendo um óptimo ativo para limitar a queda das ações.

Fundos disponíveis em Portugal

A gestora tem dois fundos desta classe de ativos disponíveis no nosso país: o Amundi Funds Convertible Europe e ainda o Amundi Funds Convertible Global. Ambos apresentam rendibilidades nos últimos três anos (no final de agosto) acima de 8,5% com o “Convertible Global” a aproximar-se dos 9,5%.