Na esteira de Trump: os fundos mais subscritos em janeiro

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Günter Hentschel, Flickr, Creative Commons

A tomada de posse de Donald Trump, as escolhas para o seu gabinete, o rasgar do acordo de comércio trans-pacífico e o decreto para banir a entrada de imigrantes de sete países de maioria muçulmana, marcaram este início do ano, como lembra João Graça do ActivoBank. Deste lado do Atlântico, “as presidenciais francesas começam ‘a aquecer’ com Marine Le Pen na dianteira, o que faz prever um futuro atribulado na Zona Euro enquanto o BCE assinala cautela perante os dados animadores da inflação. Também Theresa May sofreu um pequeno revés quando o supremo tribunal do Reino Unido decidiu que o governo teria de passar a decisão de ativar o artigo 50º para formalizar a saída a União Europeia pelo parlamento”.

No setor financeiro, a nível de investimentos, a plataforma verifica que os investidores “continuam a procurar fontes de yield, optando por soluções de High Yield e Mercados Emergentes na classe de dívida, como principais soluções para diversificar os seus portefólios”.

Quanto às ações, “a escolha tem recaído em pequenas e médias empresas, particularmente nos EUA, onde as medidas protecionistas de Trump poderão proporcionar uma melhoria de resultados”, adianta João Graça à Funds People. O product manager do ActivoBank ressalva ainda que o segmento de tecnologia global “continua a proporcionar, no entendimento dos investidores, boas oportunidades com o desenvolvimento de novos produtos, IPO’s e M&A.”

Preferência consolidada

No Banco Best, Rui Castro Pacheco, head of asset management, destaca “os nossos bem conhecidos fundos de multi ativos, para investidores que pretendem correr algum risco em busca de retorno, mas não querem demasiado risco e optam pela diversificação que estes fundos podem dar a uma carteira de investimentos”. Os fundos Nordea Stable Return e MFS Global Total Return continuam, tal como em dezembro, a reunir a preferência dos investidores, conquistando os lugares cimeiros do top.

Para os investidores mais conservadores, o profissional da entidade diz que “a opção passa pela procura de fundos de obrigações que possam gerar um retorno positivo, mesmo num ambiente de baixas taxas de juro”. Em janeiro a preferência recaiu em “dois fundos mais generalistas e flexíveis, os Jupiter Dynamic Bond da Jupiter e o GIS Income, da PIMCO” e “dois fundos mais centrados em estratégias bem definidas, o Pioneer Emerging Markets Bond, da Pioneer, que investe em obrigações de economias emergentes e o T. Rowe Price European High Yield, da T. Rowe Price, que procura investir em dívida de menor qualidade creditícia de empresas europeias”.

Procura pelo maior risco

Rui Castro Pacheco classifica janeiro como um mês forte na “procura pelo maior risco, que se obtém ao investir em mercados acionistas”. Como resultado há um top representado por quatro fundos que investem em ações. São eles o HSBC Economic Scale Index Global Equity, que “investe em ações globais com uma gestão mais passiva que a maioria dos fundos de investimento e foi o mais procurado”, o Global Equity Income gerido pela BNY Mellon, “que investe em ações globais e que aparece no TOP, mas desta vez um que procura selecionar empresas que distribuem maiores e mais sólidos dividendos”, a nível regional o fundo MFS European Value e a nível setorial o Fidelity Global Technology.

Também no caso do BiG, o principal destaque deste mês vai para “o incremento na procura por fundos de investimento com enfoque no segmento acionista”. Do top 10 elaborado pelo BiG, Isabel Soares, gestora de produto da entidade, assegura que “metade são produtos cuja política de investimento privilegia exposição a equity”, destacando os fundos Pictet Quality Global Equities, BNY Mellon Global Equity Income, “estes dois recentemente incluídos nas alocações das carteiras modelo Fund Advisor”, e Pictet USA Index, um “fundo cujo objetivo é replicar a evolução do índice S&P500”.

E se, por um lado, se verificou um aumento da procura por fundos de ações, por outro, os investidores continuam a “privilegiar soluções que permitam maiores níveis de diversificação das fontes de retorno e dos riscos associados”, garante Isabel Soares. O fundo Fidelity Global Multi Asset Income, “fundo que investe numa vasta gama de mercados mundiais providenciando exposição a obrigações e ações” destacou-se por ser “o fundo que mais inflows registou no decorrer do mês de janeiro”.

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