Shutdown e tecto da dívida: Uma outra razão para favorecer os ativos europeus

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Tschechoslowakische Ausschussware, Flickr, Creative Commons

A continuação do Quantitive Easing (QE) deu um impulso aos ativos de risco, principalmente no mercado acionista. Em outubro o risco veio mais uma vez dos Estados Unidos, associado à paralisação do governo e aos debates sobre o aumento do tecto da dívida. Depois de um impasse que durou 15 dias, os republicanos e os democratas chegaram finalmente a um acordo. No entanto, este acordo apenas evitou um default “técnico”. O pior cenário pode ter sido evitado, mas o acordo é apenas temporário. O tecto da dívida só foi levantado até dia 7 de fevereiro do próximo ano e o atual acordo orçamental só vai funcionar até dia 15 de janeiro, pelo que depois o governo voltará a paralisar caso não haja um acordo na Casa dos Representantes. A comissão mista foi encarregada de delinear um orçamento para o resto de 2014. Em 2011 a comissão não conseguiu chegar a um acordo o que resultou numa austeridade forçada.

Os desenvolvimentos atuais nos EUA, a preocupação com a dívida soberana de um país considerado como o melhor em termos de ativos livres de risco (a garantia mais utilizada no financiamento global) – um último porto seguro (juntamente com a Alemanha), entre os países seguros e líquidos. A Amundi Asset Management está a investir como estava e a manter a sua posição em ativos de risco na Europa por várias razões:

- A governação inadequada nos EUA demonstrou que as questões de finanças públicas estão longe de ser um problema especificamente europeu. Também ficou demonstrada a fragilidade potencial do crescimento da economia dos EUA, o dólar e os ativos cotados na moeda local. O crescimento da Zona Euro pode ser fraco, mas agora parece ser de menor risco. As duas semanas em que aconteceu o Shutdown vai custar aos EUA cerca de 0,6% do crescimento do PIB no último trimestre do ano. A economia norte-americana é resistente, fluída e flexível. Isso gera volatilidade nos ativos em dólares, deixando os ativos europeus como uma opção credível, como já reflete a alocação de ativos por parte da Amundi Asset Management. No contexto atual, ainda que ligeiramente sobrevalorizado, o euro deve permanecer estável no curto prazo.

- Na Zona Euro, a saída da recessão é um processo gradual. Recomendamos ficar e aproveitar a situação atual (baixa volatilidade, baixo stress, investimentos atraentes) em relação aos países periféricos na Europa. Isto também se aplica aos títulos corporativos, especialmente desde que favorecem as obrigações soberanas.

- No mercado da dívida soberana, nós preferimos manter a exposição global e não apenas a exposição à Zona Euro, por isso contribui para uma estrutura da carteira mais robusta.

- A Amundi Asset Management mantém uma postura seletiva em relação aos países emergentes, continuando a favorecer os país com bons fundamentais: Contas correntes equilibradas ou de baixo défice; as baixas necessidades de financiamento externo, o crescimento autossustentável e uma moeda equilibrada ou subvalorizada.