Semelhanças e diferenças entre o Invesco Pan European High Income e o Invesco Global Income

4773108582_dc480cbca9_b
tim phillips photos, Flickr, Creative Commons

O Invesco Pan European High Income é uma das bandeiras da Invesco. Gerido a partir de Henley por Paul Read e Stephanie Butcher, conta com cinco estrelas Morningstar, empresa de análise que acaba de lhe entregar o prémio de melhor fundo misto, e a classificação Blockbuster da Funds People Portugal. Atualmente, é um dos 20 fundos com maior património na Europa, com um volume de ativos que ronda os 12.000 milhões de euros. Foi lançado há 12 anos e, na última década, tem conseguido oferecer aos seus participantes uma rentabilidade anualizada de 8,6%, superior em 5,5 pontos anuais à média da sua categoria, segundo dos dados da Morningstar. O Invesco Global Income, por outro lado, é a grande nova aposta da casa. O produto acaba de cumprir o seu terceiro ano de vida (foi lançado em novembro de 2014) e, nesse período, conseguiu gerar uma rentabilidade anualizada de 6,5%, batendo em 3,5 pontos a sua categoria.

Tal como o anterior, o Invesco Global Income é um fundo misto moderado gerido por Paul Read e Paul Causer, que se ocupam da parte da carteira investida em obrigações, e Nick Mustoe, diretor de investimentos em Henley e responsável máximo da carteira de ações. O fundo gere mais de 500 milhões de euros. Ambas as estratégias apresentam algumas semelhanças, mas também importantes diferenças. Entre as primeiras destaca-se que ambos são produtos com enfoque de retorno total e flexíveis na parte das obrigações (tanto na altura de gerir a duração como o risco de crédito). O primeiro é um fundo de rendimentos com um enfoque global, o segundo centra o seu universo de investimento no mercado europeu.

Semelhanças e diferenças na exposição a ações

As grandes diferenças surgem na parte das ações. Enquanto o Invesco Pan European High Income pode investir como máximo 30% em ações, ainda que nunca tenha superado os 21%, o Invesco Global Income pode mover-se dentro do mercado de ações num raio maior, que oscila entre os 35% e os 65%. Atualmente, o peso que é ocupado pelas ações na carteira Global Income é de 39,1%, o maior que já alguma vez tinha tido. O investimento em ações está muito diversificado, já que as dez primeiras posições ocupam apenas 10,6% do total. Estas empresas oferecem nestes momentos uma rentabilidade média por dividendo de 3,7%, face aos 4% do Invesco Pan European High Income. Parece-se a este já que ambos apostam em setores cíclicos, ao entender que as valorizações são mais atrativas neste campo, sendo o setor energético, financeiro, as indústrias e as telecomunicações as principais sobreponderações.

No Invesco Pan European High Income, as apostas setoriais são muito parecidas: beta superior a um ao sobrepoderar principalmente energia, telecomunicações, finanças e indústria. Também coincidem na fonte de sobreponderação das empresas de consumo. As principais diferenças aparecem quando se compara a composição das dez primeiras apostas em ambas as carteiras. Aqui, apenas há um valor comum, Orange, que é a terceira posição nos dois fundos. No resto, não há sobreposição. Enquanto no Invesco Pan European High Income as primeiras posições são Novartis, Roche, Total, BNP Paribas e Allianz, no Invesco Global Income surgem a Microsoft, J.P.Morgan, Chevron ou CaixaBank.

Semelhanças e diferenças na exposição a obrigações

No que respeita à exposição ao mercado de obrigações, o Invesco Pan European High Income tem atualmente investido em carteira 44,5% em crédito. A maior parte (19,9%) está em high yield com ranking BB e dívida subordinada bancária (11,4%). Também de destacar os 8,9% que mantém em híbridos. Em contrapartida, no Invesco Global Income a parte da carteira destinada ao crédito é de 33,6%, sendo igualmente as obrigações de high yield (14,8%, a maior parte BB) e a dívida subordinada bancária (8,7%) as principais apostas. No entanto, a grande diferença nestes momentos dá-se na parte mais defensiva das obrigações (investment grade, títulos hipotecários e dívida bancária superior). O Invesco Pan European High Income reserva atualmente 11,6% da carteira para o investimento neste segmento de mercado, principalmente dívida com grau de investimento (10.3%), enquanto o Global Income tem uma exposição residual (0,6%).

Outra das diferenças: o Global Income tem um pequeno risco em divisa (por volta dos 5-10%); o Pan European High Income nada. A segunda é que o Global Income tem exposição a mercados emergentes (5%), enquanto o High Income não.

Mais semelhanças existem na parte da carteira que ambos os fundos reservam em liquidez. O Invesco Pan European High Income tem 23,5% em liquidez (12,6% em cash e 10,3% em dívida pública com maturidade inferior a um ano). No Invesco Global Income, a percentagem é um pouco superior (26,8%) e também se divide entre liquidez (16,6%) e obrigações soberanas com menos de um ano de vida (9,6%). Ambos trabalham com durações muito curtas, inferiores a três anos.

Comparação do desempenho dos fundos

Se analisarmos a performance attribution de ambos os produtos no último ano, observa-se que, em ambos os casos, o que mais contribuiu para a rentabilidade foi a exposição ao crédito e às ações. No Invesco Pan European High Income, a contribuição do crédito nos últimos 12 meses foi de 527 pontos, enquanto as ações chegaram aos 299 pontos base na rentabilidade. No caso do Invesco Global Income aconteceu o mesmo, mas ao contrário. As ações conseguiram mais (768 pontos base) que o crédito (431). Ambos os produtos são do primeiro quartil a um e três anos.