Semana muito focada no Reino Unido

Como já havia poucos motivos para manter o mercado financeiro sob pressão, surge agora outro motivo de preocupação para o projeto Europeu, com o mercado da GBP a ser guiado até ao referendo de junho pelos resultados das sondagens, o que com certeza irá fazer aumentar a volatilidade (que já era pouca) e a pressão vendedora sobre a Libra Esterlina. Cabe agora aos Britânicos responder em referendo.

Depois de dois dias de negociações, Cameron conseguiu alcançar um acordo que atribui para o Reino Unido um estatuto especial dentro da União Europeia. Assegurando um estatuto especial, com algumas regalias diferentes dos restantes 28 países, Cameron parece ter obtido balanço suficiente para recomendar a permanência do Reino Unido na UE.

Só que a sensação de vitória no acordo com a Europa foi efémera, já que pouco tempo depois vários membros do Partido Conservador informaram Cameron de que não o iriam acompanhar na ideia de defender um Reino Unido integrado na UE, antes defendendo a saída.

À cabeça desse grupo temos o presidente da Câmara de Londres, Boris Johnson. Perito em controvérsias e em chocar a opinião pública com a sua postura pouco ortodoxa, Boris, com a mira apontada para o lugar de primeiro ministro, vai ser um osso duro de roer para Cameron e vai tornar mais interessante ainda o debate até ao referendo sobre o futuro do Reino Unido.

No caso do Brexit se concretizar, o que não acredito que aconteça, o impacto para a União Europeia será grande.

Não só irá perder um dos maiores contribuintes e uma das maiores economias do mundo, mas também irá sofrer um impacto muito grande em termos de credibilidade e de sustentabilidade. Para a UE e para o Euro.

O facto de ser uma situação pioneira, não permite que seja fácil prever todas as consequências, mas terá com certeza um impacto muito grande no projeto Europeu, e sabe-se lá quantos mais países poderão seguir o mesmo caminho.

No mercado petrolífero, o congelamento da produção a níveis de janeiro não me parece que vá avançar da maneira como a Arábia Saudita propõe.

O Irão, alvo de boicote internacional durante muito tempo, e produtor de relevo no panorama mundial, não aceita congelar a produção a níveis de janeiro, pela simples razão de que o seu nível de janeiro não se coaduna com a sua capacidade extractiva.

O preço da matéria-prima deverá, pois, continuar pressionado em baixa nos próximos tempos.(

 

(imagem: Moyan_Brenn, Flickr, Creative Commons)