Saídas nos fundos de obrigações superiores às entradas líquidas nos fundos de ações

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kiki follettosa, Flickr, Creative Commons

A soma do fluxo de fundos da Morningstar referente a setembro de 2013 mostra que os fundos de longo prazo (não monetários) captaram 3.700 milhões de euros nesse mês. A inesperada decisão da Fed de continuar com a compra de títulos do tesouro, juntamente com a política de baixas taxas de juro protagonizada pelo Banco Central Europeu,  tem gerado alguma confusão na cabeça dos investidores.  

Segundo os dados da Morningstar, perante estes sinais “mistos”, os investidores responderam de uma forma pragmática: têm evitado as obrigações, as ações de países emergentes, as obrigações em dólares com maior duração, enquanto aumentam a exposição a ações europeias. Javier Sáenz de Cenzano, diretor de análise de fundos da Morningstar em Espanha, refere que “parece que as ações europeias estão de volta. As duas categorias Morningstar mais populares no mês passado foram a RV Europa Cap. Grand Blend e a RV Europa Cap Flexible, o que mostra que os investidores europeus de fundos estão confiantes em relação ao fim da recessão na Europa”.

Saída das obrigações

Outras das conclusões do relatório da Morningstar sobre os fluxos referentes a setembro e ao  terceiro trimestre dão conta de reembolsos no valor de 8.700 milhões de euros nos fundos de obrigações no mês de setembro, uma soma superior às entradas líquidas nos fundos de ações, que totalizaram os 8.300 milhões de euros. Os fundos monetários, por seu lado, registaram reembolsos líquidos de 25.000 euros durante o mês em questão, tendo sido a maior saída mensal sofrida por um instrumento de investimento de curto prazo, desde junho de 2009.

Durante o terceiro trimestre as entradas em fundos com vocação de longo prazo reduziram-se a 31.000 milhões de euros, em comparação com os 126.100 e os 61.400 milhões de euros que entraram no primeiro e segundo trimestres de 2013, respetivamente.

Empresas europeias em alta

Como já foi referido, tanto durante o  mês de setembro como durante o terceiro trimestre, a categoria preferida foi a RV Europa Cap. Grand Blend, que somou entradas de 2.100 milhões de euros e de 5.100 milhõs de euros, respetivamente.

Os fundos de grandes empresas europeias (dos menos populares durante a crise na zona euro) captaram 1.000 milhões de euros em Setembro, sendo a maior entrada mensal desde julho de 2009. Javier Sáenz de Cenzano acrescenta que “considerando que o mercado de ações europeias recuperou substancialmente, parece evidente que esta nova tendência não é uma aposta por valorizações. Tendo em conta que as valorizações não estão mais baratas, a compra de ações europeias mostra a falta de opções para os investidores neste contexto de taxas de juro baixas”