Se os investidores esperavam que as suas posições em hedge funds os protegessem na recente crise registada pelos mercados devido ao coronavírus, a única esperança é que tenham tido um olho clínico para eleger a estratégia adequada. Em geral, os resultados registados por estes produtos nos quatro primeiros meses do ano, durante a descida e recuperação do mercado, em média foram negativos, como mostra o último relatório de Hedge Fund Research (HFR).
As perdas do HFRI Fund Weighted Composite Index entre janeiro e abril ascenderam a 6,5%. Fazendo uma equiponderação por ativos, ou seja, dando-lhes a todas as estratégias o mesmo peso, o retrocesso é ainda maior, de 7,4%. No fecho de março as perdas eram ainda mais gritantes, a rondar os 15%. O sector dos hedge funds conseguiu “estancar a hemorragia” em abril, quando recuperaram 6,78%.
As que pior saíram do primeiro trimestre do ano foram as que centram o seu universo de investimento nos mercados emergentes. Em média, o HFRI Emerging Markets (Total) Index cai 11% com algumas estratégias, como as que investem na América Latina, Europa de Este ou Índia, sofrendo descidas anuais superiores a 20%.
A segunda tipologia de estratégias que piores resultados obtiveram nos quatro meses foram as event-driven. O índice geral que aglutina as estratégias deste tipo HFRI Event-Driven (Total) Index baixa 9,3% sendo os fundos ativistas (-21%), a arbitragem de crédito (-12,5%) e situações especiais (-10,6%) os que sofreram as maiores perdas.
O primeiro trimestre do ano também não foi um período especialmente favorável para as estratégias de ações long-short e market neutral. O HFRI Equity Hedge (Total) Index, que integra este tipo de produtos, baixou 8%. Dentro desta categoria, só se salvam do vermelho em 2020 os produtos sectoriais sobre matérias-primas e tecnologia.
Entre tanto mau comportamento houve uma tipologia de hedge funds que, em média, esquivaram-se das perdas: as global macro. No ano o índice HFRI Macro (Total) Index está praticamente plano (-0,1%).
