Ranking dos fundos que mais resgates sofreram na Europa em 2016

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Tax Credits, Flickr, Creative Commons

A Franklin Templeton converteu-se no ano passado na entidade gestora que mais resgates experienciou a nível europeu. Cerca de 22.000 milhões de euros saíram da empresa norte-americana. Isto é explicado fundamentalmente pelas fortes saídas de dinheiro registadas nos produtos geridos por Michael Hasenstab: o Templeton Global Bond e o Templeton Global Total Return. Segundo dados da Morningstar, do primeiro saíram quase 7.000 milhões de euros no ano passado, enquanto que do segundo, saíram 6.400 milhões. Os resgates aconteceram principalmente no primeiro semestre do ano; no último trimestre, período em que as estratégias geraram a maior parte da rentabilidade, ambos produtos registaram entradas de investidores que entenderam que as estratégias estavam bem posicionadas para enfrentar um contexto reflacionista de subidas de taxas de juro nos EUA. Num mundo à procura de yield, o Templeton Global Bond fechou 2016 com uma rentabilidade de 5%, enquanto que o Total Return ganhou 9,4% (classe A em euros). Ambos foram fundos de primeiro quartil, entre os melhores das suas categorias.

Também foi um ano mau em termos de rentabilidade para o BGF Global Allocation, o terceiro fundo que mais resgates registou na Europa no ano passado (-4.700 milhões de euros). Na sua classe A2 em euros, esta estratégias mista da BlackRock, gerida por Dennis Stattman, Dan Chamby e David Clayton terminou o ano passado oferecendo uma rentabilidade de 6,5%. Em termos de rentabilidade, viveu o seu melhor ano desde 2013. A M&G Investments viu acontecer algo semelhante com o M&G Optimal Income. A nível europeu saíram do produto quase 4.000 milhões de euros, justamente num ano em que Richard Woolnough gerou uma rentabilidade de quase 7%, na sua classe A-H, registando assim o seu melhor ano desde 2013. “Os investidores tendem a ser demasiado sensíveis à rentabilidade de curto-prazo. Compram fundos que tiveram um bom comportamento recente e vender aqueles cuja rentabilidade ficou para trás”, afirmam da Morningstar.

A empresa de análise dá como exemplo o sucedido com os fundos de Hasentab. “As grandes apostas em países emergentes, um posicionamento muito curto em duration e posições curtas sobre o yen e o euro, foram pesados para a rentabilidade na primeira metade de 2016, antes de darem os seus frutos no final do ano, graças ao fortalecimento do dólar face ao euro e ao yen. No ano, os dois fundos tiveram um bom comportamento e são classificados como fundos de primeiro quartil da categoria Morningstar Fixed Income Global. Isso não impediu que os investidores retirassem mais de 10.000 milhões de euros de ambos as estratégias em 2016. No entanto, continuamos a acreditar que os dois produtos são uma boa opção para os investidores que entendam os riscos e estejam dispostos a adotar um horizonte de investimento a longo prazo para obter o máximo de proveito das suas estratégias de investimento. A cinco e dez anos, superaram 90% da competição”, recordam da Morningstar.

No ranking de fundos com mais resgates líquidos no ano passado aparecem várias estratégias de ações europeias. Tratam-se na maioria dos casos de produtos que sofreram duplamente, com a pobre rentabilidade e falta de interesse na classe de ativos. O BGF European, de Nigel Bolton, foi o mais afetado da lista, perdendo mais de metade dos seus ativos em 2016. Os resgates líquidos do fundo somaram 2.700 milhões de euros. O Alken European Opportunities, de Nicolas Walewski também se encontra entre os perdedores. O seu património, no final de dezembro de 2016, era de 2.200 milhões de euros que comparam com os 5.000 milhões do ano anterior. O Invesco Pan European Equity, por seu lado, também foi um fundo derrotado no ano passado. O volume de ativos desta estratégia de John Surplice e Martin Walken recuou 2.170 milhões, para os 3.270 milhões com os quais fechou 2016.

De seguida apresentamos o ranking dos 20 fundos de investimento que mais resgates líquidos registaram na Europa no ano passado:​

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