Quase 50% do montante investido por fundos de pensões está em obrigações

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F.Facini, Flickr, Creative Commons

Os fundos de pensões abertos e fechados nacionais fecharam o último trimestre de 2018 mais próximo dos 17,5 mil milhões de euros de montante gerido. Um valor que, segundo os últimos dados trimestrais da APFIPP relativos ao sector, indicam um crescimento no montante gerido de 0,6% face ao trimestre antecessor.

Quando se olha para o agregado das carteiras de fundos de pensões abertos e fundos de pensões fechados, algumas conclusões saltam logo à vista. O relatório da APFIPP mostra que as obrigações são a aplicação com mais peso no total destes fundos. No final de junho compunham quase metade do total dos portefólios (46%), o que em termos monetários é equivalente a 8,0 mil milhões de euros. No segundo trimestre do ano esta rubrica cresceu 2,0% nas carteiras, mas o crescimento, como visível na informação ilustrada abaixo, tem sido bastante mais extenso, e abarca cada um dos trimestres referidos. As obrigações taxa fixa euro são a grande sub-categoria em destaque: têm aumentado a sua preponderância nas carteiras a cada trimestre, e os números mostram isso mesmo - estão cada vez mais próximos de valer 35% do total e somam quase 6 mil milhões de euros de montante investido.

Evolução das aplicações dos fundos de pensões abertos e fechados

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Fonte: APFIPP, 30 de junho

Fundos de ações: 14% do montante gerido

Embora o dinheiro alocado à rubrica dos fundos de investimento tenha decrescido ligeiramente do 1.º para o 2.º trimestre (-3,0%), pode dizer-se que os fundos de investimento têm tido uma presença cada vez mais “assídua” nas carteiras dos fundos de pensões abertos e fechados. Destaque, por exemplo, para os fundos de ações, cuja presença tem crescido, e nos últimos dois trimestres tem rondado os 2,5 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 14% do total investido pelos produtos em causa.

Por outro lado, apesar do investimento direto em obrigações ser, como já indicado, a aplicação com mais relevância nas carteiras, os fundos de obrigações têm uma relevância expressiva, mas mais diminuta, comparando com os fundos de ações: valiam 1.769 milhões de euros no final de junho nas carteiras, ou seja, 10,2% do total investido pelos fundos de pensões abertos e fechados.

Não se pode deixar de notar também a evolução referente à rubrica “Liquidez/Mercado Monetário”. O montante investido nestas estratégias cresceu quase 50% do 1.º para o 2.º trimestre do ano: passou dos 684 milhões de euros no final de março passado para os 1.022 milhões de euros no termino de junho, isto depois da acentuada queda registada do final do ano passado para o 1.º trimestre de 2018.