Quais as escolhas das SCI relativamente às entidades depositárias?

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Pigeoneyes.com, Flickr, Creative Commons

As sociedades de consultoria para o investimento (SCI) foram emergindo com mais intensidade em Portugal depois do início da crise financeira, em 2007, por vários motivos. Talvez a maior necessidade de transparência no meio financeiro tenha dado o “empurrão” necessário para que estas entidades se tenham começado a afirmar no panorama nacional. Elas próprias reportavam à Funds People Portugal, na revista número 7, que a confiança, a independência e a transparência foram de facto os três ingredientes que deram a força necessária a este negócio.

Também por essa altura, algumas das entidades que falaram à Funds People, descreveram o trabalho de um consultor de investimento como sendo uma espécie de um parceiro do investidor que, acima de tudo, deverá ser “auditor, zelador e curador de todos os ativos financeiros do investidor”.

Os clientes que habitualmente lidam com os grandes bancos terão necessidade de recorrer às SCI, deixando aos bancos o trabalho de execução e custódia”, descrevia a BlueCrow no artigo subjacente ao tema “Consultoria para o Investimento: agora mais do que nunca?”

Vários motivos: dos custos à interlocução

Precisamente nessa relação de “cuidado” com o património do cliente, também não é descurado o tema dos depositários/custodiantes dos investimentos e, por isso, as SCI elegem e apontam alguns critérios na definição das entidades depositárias. Da Private SCI, por exemplo, privilegiam “os serviços de custódia das instituições que cumprem determinados crivos rigorosos, que recomendamos aos nossos clientes, numa perspectiva de prudência, segurança e qualidade de serviço”. Acrescentam ainda que o “pricing a aplicar ao cliente também influencia a nossa seleção, protegendo sempre o interesse do cliente”.

Da Timeless Capital Advisors destacam como critérios nesta eleição a oferta e a qualidade do serviço, para além do custo. Para a entidade, a “qualidade de serviço é um factor fundamental, relacionado muitas das vezes com o gestor de conta do cliente, que passa a ser o nosso interlocutor no banco. Mudando essa pessoa, este factor pode sofrer uma mudança substancial”, sublinham. Relativamente aos custos é talvez  considerada uma das peças-chave na decisão.

Da BlueCrow Capital, por seu lado, salientam ainda que o apoio que executam ao cliente a este nível, decorre apenas “da discussão de fees e análise de balanço”, já que os clientes tendem a permanecer com os seus bancos de origem.

Os Bancos depositários citados

À Funds People as entidades questionadas referenciaram alguns dos bancos depositários que privilegiam. Por um lado falam de instituições de primeira linha mundial com booking numa praça internacional como o BNP Paribas, Credit Suisse, Pictet ou UBS ou, por outro, entidades nacionais que permitem transacionar qualquer ativo financeiro, como é o caso do Banco BiG.