Projeções do BiG para o próximo trimestre

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rhondawebber, Flickr, Creative Commons

A equipa de Research do BiG analisou as principais tendências para a evolução dos mercados financeiros nos próximos três meses, relativamente aos enquadramentos macroeconómicos dos EUA, da Europa e dos emergentes. Abaixo, revelamos-lhe quais as suas conclusões.

O relatório começa com uma nota positiva para a economia mundial, referindo-se ao facto de as principais potências económicas apresentarem taxas de crescimento positivas. Já no bloco emergente, prevê-se que o crescimento da Índia ultrapasse a China. Por fim, a economia que lidera o bloco desenvolvido são os Estados Unidos e a análise projeta uma taxa de crescimento próxima de 3%.

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 EUA

"A economia norte-americana continua a crescer com taxas superiores à média dos países desenvolvidos, com os efeitos da reforma fiscal da administração Trump a proporcionar um impulso adicional que deverá reflectir o seu maior efeito este ano e no próximo.", introduz o relatório.

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A guerra comercial foi também um dos temas que o relatório do BiG abordou quando analisaram a economia dos Estados Unidos. Este revela que as tarifas comerciais têm um impacto negativo nas empresas, fazendo com que os custos de produção aumentem. Assim, "o sentimento das empresas/consumidores e na economia torna-se negativo. Se os países intensificarem as ações protecionistas, este impacto negativo deverá aumentar", conclui a análise.

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Europa

De acordo com o relatório do BiG, o BCE sublinhou nas novas estimativas de junho que o cenário de abrandamento económico na Zona Euro deverá ser maior até 2020, mencionando a redução do consumo e a quebra das exportações. Já a inflação deverá "evidenciar um pick-up relativamente moderado no horizonte previsto". As tensões comerciais, influenciando o comportamento do mercado da Zona Euro, deverão assim, penalizar o nível de exportações da mesma.

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Seguidamente, a análise revela ainda que, "a manutenção da política de QE já não é necessária, mesmo que a inflação se mantenha abaixo do target, devido ao período económico que a Zona Euro está a atravessar".

Relativamente à taxa depo, a equipa do BiG constata que esta deverá registar um aumento logo ao início do ano, "ao passo que a primeira subida da taxa refi ocorrerá entre o segundo ou o terceiro trimestre do ano. A saída de Draghi da presidência do BCE já terá marcado um lift-off da taxa refi."

O relatório conclui este enquadramento da Zona Euro com o facto de a "divulgação de indicadores macroeconómicos terem vindo a desiludir as expectativas do mercado na Europa", acabando, assim, por motivar uma divergência ainda maior, em relação ao momento robusto da economia norte-americana.

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Emergentes

O fortalecimento do USD foi transversal em relação à generalidade dos pares cambiais no bloco emergente. Relativamente à lira turca e ao peso argentino, a desvalorização destes é bastante dramática, uma vez que estes "dois países acumulam os défices de conta corrente mais elevados entre o bloco emergente", revela a equipa do BiG.

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Em relação à Turquia, é possível ver um grande nível de incerteza no país e na sua política monetária, devido a vendas generalizadas da lira turca - que passou de 3,75 vs o USD no início do ano para 4,7 em maio – e das yields da dívida em dólares terem subido de 11,5% para 14,5%, pressionadas pela revisão negativa do crescimento do país pela agência de rating Moody’s.

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Já no caso da Argentina, o relatório fala do facto de o Banco Central Argentino ter "relaxado a sua política monetária, justificada pela antecipação de inflação mais baixa". Assim, como essa visão não se concretizou, o mercado "perdeu confiança na política do banco central e pressionou o peso argentino que se desvalorizou significativamente".

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Para estancar esta perda de confiança e desvalorizações sucessivas da moeda, o Banco Central subiu a taxa de juro de 27% para 40% e pediu ajuda ao FMI. Consequentemente, "a inflação anualizada ascende a 35% vs a estimativa de 15% do Banco Central, na data em que cortou taxas de juro", concluiu a equipa do BiG.

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