Planos individuais e de emprego: necessidades e preocupações principais

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Os planos individuais e de emprego querem ver uma evolução nas práticas de gestão e nas políticas de investimento para dar resposta aos desafios económicos, financeiros e demográficos que ambos os tipos de programas de pensões devem enfrentar. Assim revela um estudo realizado pela BlackRock baseado num inquérito realizado a 300 quadros superiores de planos de emprego e planos individuais, e em entrevistas com notáveis diretores de investimento.

A análise, publicada sob o título “Desafios comuns, caminhos diferentes”, revela uma divergência nas áreas de interesse. Em relação aos planos de emprego, a redução do risco, as suas possíveis resoluções  e a coordenação fronteiriça dos mesmos por parte das multinacionais constituem as principais prioridades. Quanto aos planos individuais, o aumento da capacidade para investir em ativos privados é uma das questões chave.

Nos últimos três anos, a atenção sobre as práticas de gestão e das políticas de investimento tanto dos planos de pensões de emprego como dos individuais intensificou-se, uma vez que a preocupação sobre a gestão dos riscos e a obtenção de uma rentabilidade adequada é geral. 74% declaram ter revisto o seu apetite pelo risco durante o período, e 72% diz ter feito o mesmo sobre a sua política de investimento. Cerca de 70% melhorou a sua plataforma de gestão de riscos, enquanto 69% reforçou o controlo sobre as comissões de investimento.

O principal obstáculo para mudar as práticas de gestão e as políticas de investimento – tanto para os planos de emprego como para os individuais – é, de longe, a falta de recursos financeiros, como confirma 65% dos inquiridos.

Diminuição do risco, coordenação e resolução dos planos de emprego

O inquérito revelou que quase três em cada quatro (73%) planos de emprego de contribuição definida pretendem reduzir o risco em carteira, e que este valor aumenta quase a quatro em cada cinco nos EUA e nove em cada dez no Reino Unido, sendo os planos de maior tamanho (com mais de 25.000 milhões de dólares em ativos geridos) os que mais focados estão em reduzir o seu perfil de risco.

Mais de metade dos planos de emprego que continuam a reduzir o risco em carteira esperam que esta estratégia cause a sua imunização – ou seja, que o plano chegue a um ponto em que seja autossuficiente – e facilite a saída do balanço. Os acordos de transferência de risco consideram ser uma solução parcial. Muitos diretores de investimento assinalam que o possível interesse pelos acordos de transferência do risco ultrapassa largamente a capacidade atual das seguradoras para os assumir, e que a procura de instrumentos de cobertura poderá ser superior à oferta, à medida que mais fundos começam a reduzir a sua exposição ao risco.

O estudo mostra também que 78% dos planos de emprego à escala global já deu os primeiros passos para a homogeneização fronteiriça dos planos de prestação definida. Desta percentagem, dois em cada cinco (39%) recorreram a estratégias de investimento ou gestoras, enquanto 26% adicionais implementaram uma alocação estratégica de ativos homogénea para alguns ou todos os seus planos. Aproximadamente uma décima parte dos inquiridos (11%) afirma ter consolidado realmente os seus ativos e um quinto dos planos de emprego (22%) não espera realizar nenhum tipo de homogeneização fronteiriça.

É provável que a pressão para que os planos individuais de menor envergadura adotem medidas de consolidação aumente. Apenas um número reduzido de planos individuais adotou políticas de consolidação e menos de um quinto está a colocá-las em prática atualmente ou planeia fazê-lo. Ao mesmo tempo, os grandes fundos estão a realizar um esforço maior do que os de menor tamanho na altura de fortalecer as suas organizações e incorporar os recursos necessários num contexto mais complexo.

Os planos de maior envergadura (aqueles com mais de 25.000 milhões de dólares em ativos geridos) têm mais probabilidades de ter reforçado as práticas de gestão através da revisão das funções do seu conselho de administração e funcionários. A diferença que se avalia nas tendências de recursos humanos é particularmente acentuada, uma vez que quase três quartos dos grandes planos declaram ter aumentado o seu pessoal, enquanto menos de metade dos planos de menor tamanho (aqueles entre 1.000 e 10.000 milhões de dólares em ativos geridos) partilha desta afirmação.

Assim, embora seja possível que as consolidações de alto nível, como aquelas realizadas no Reino Unido, sejam mais a exceção do que a norma, pode ser que prevejam uma maior atividade.

Um caminho para a eficácia no investimento e uma maior exposição aos mercados privados

Os planos de pensões parecem mostrar uma preferência pelas estratégias indexadas. A maioria dos inquiridos afirma que 40% ou mais da sua exposição em ações gere-se através de estratégias deste tipo. Além disso, mais de um quarto gere 40% ou mais da sua alocação em obrigações através de ordens indexadas, e cerca de três quintos dos participantes esperam aumentar a sua alocação em ações ou obrigações de gestão passiva.

Quase três quartos dos inquiridos (74%) utilizam estratégias de investimento baseadas em fatores, uma percentagem superior a 61% que afirma fazer uso dos fatores para compreender melhor a rentabilidade e o risco das carteiras. Esta foi a razão mais comum para o uso de fatores, segundo um inquérito realizado pela BlackRock e EIU em relação a 2016.

A maior parte dos inquiridos tanto de emprego como individuais espera aumentar os seus investimentos em estratégias baseadas em fatores, embora os individuais mostrem um maior interesse. Tanto nos planos de emprego como nos individuais, o uso de fatores é mais comum entre aqueles de maior envergadura, enquanto os de tamanho médio são os que mais probabilidades têm de aumentar a sua exposição a este tipo de estratégias.