Procurar o risco Europa "afora”

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supersteen, Flickr, Creative Commons

Depois de um início de ano em que o risco continuou a ser a “moda” nas plataformas de distribuição portuguesas, também fevereiro terminou com tendência semelhante. Os investidores seguiram no segundo mês do ano impulsionados pela vontade de obter mais retorno, não esquecendo a máxima de não colocar todos os ovos no mesmo cesto, evidenciada por opções diversificadas, tanto em termos de classes, como de geografias, principalmente nos países do velho continente. O denominador comum nas três plataformas de distribuição continua a ser no entanto a predominância dos fundos de ações no top dos mais subscritos. Ainda assim há novidades...  

Precisamente no Banco Best, Rui Castro Pacheco, head of asset management, indica uma nova entrada para o lugar cimeiro do top dos mais subscritos, que confirma uma tendência que já lhe demos a conhecer. Habituée no ranking já há algum tempo, o fundo mais subscrito em fevereiro foi “um fundo de um sector específico de ações”: o Biotechnology Discovery, gerido pela Franklin Templeton. “Este fundo tem tido um desempenho muito interessante e a equipa de gestão tem conseguido identificar as empresas capazes de desenvolver novas técnicas, equipamentos e/ou fármacos na área da medicina”, refere o especialista, que não deixa de salientar que relacionado com esta temática existem mais dois fundos a fechar o top 10. “O Global Healthcare, gerido pela JPMorgan, e o Biotechnology, gerido pela Candriam (ex Dexia)”.

Mais risco, mais ações... sem esquecer prudência

Os fundos de ações continuam a ser os “reis” no top dos mais subscritos. “Temos alguns fundos já habituais na preferência dos nossos clientes, como o Alken European Opportunities (boutique especialista em ações europeias), o Schroder Dividend Maximizer (ações europeias com pagamento de rendimentos trimestrais) e o LeggMason ClearBridge US Agressive Growth (boutique especialista em ações americanas)”, refere Rui Castro Pacheco. Também Isabel Soares, gestora do produto no Banco BiG indica situação semelhante: “o mês  de fevereiro continuou a ser  pautado pela procura por ativos com maior risco. A lista de produtos mais subscritos continua, por isso, a ser dominada por fundos com exposição ao segmento acionista”. Mas como existe sempre exceção à regra, a tabela dos mais subscritos na entidade continua a ser encabeçada pelo Invesco Pan European High Income, que é um “fundo misto  defensivo que tem como objectivo primordial proporcionar aos investidores  um crescimento do capital a longo prazo, investindo  numa carteira diversificada e activamente gerida  de instrumentos de dívida e acções de empresas”. A especialista realça: “ainda que num momento de maior propensão ao risco, os investidores não esquecem a importância  de diversificação de fontes de rendimento e risco das suas carteiras”. Em termos de procura por fundos sectoriais não existiram alterações significativas no ranking. “O segmento Small Caps e Biotecnologia continuam  no topo das preferências dos investidores”, refere a especialista.

Rumo à Europa

Em termos geográficos o denominador comum foi a diversificação via Europa. No ActivoBank, Guilherme Cardoso indica primeiramente que “do lado dos fundos mais subscritos, mais uma vez destaque para os fundos que constituem as carteiras modelo” da entidade. Mais especificamente o especialista destaca que “fevereiro continuou a demonstrar o êxodo de capitais dos países emergentes como a Tailândia, a China e Índia em virtude dos receios de subida das taxas, e consequentemente das yields, norte-americanas”. O profissional destaca por isso a presença de “2 fundos de investimento do Reino Unido no ranking de subscrições, devido ao bom momento que o mercado deste país tem demonstrado”. No Banco Best, Rui Castro Pacheco, indica que a compor os fundos de ações presentes no top, aparecem ainda “os Fidelity Iberia, a evidenciar a aposta de alguns investidores na recuperação das economias e bolsas ibéricas, e o Vontobel US Equity”. No Banco BiG a maior aposta em termos geográficos partilhou também da opção Europa, que se juntou ao interesse dos investidores pela Ásia. Isabel Soares realça que “a procura por fundos com exposição ao mercado nacional tem-se acentuado ao longo dos últimos meses  e traduzido em  inflows significativos neste tipo de produtos (exemplo disso são o Fidelity Iberia e Santander Acções Portugal que constam da lista de fundos mais subscritos em Fevereiro)”.

No que diz respeito à restante constituição do ranking, no Banco Best “para além dos fundos de ações, temos dois fundos de obrigações que mantêm a sua permanência no TOP há já alguns meses”, diz Rui Castro Pacheco. O especialista explica que “são duas estratégias que têm conseguido manter um excelente desempenho, mesmo investindo em obrigações. O AXA Global High Yield que investe globalmente em empresas de menor qualidade de crédito e que pagam uma yield atrativa para se financiarem e o Jupiter Dynamic Bond que gere de forma muito dinâmica as suas alocações aos diversos segmentos e geografias da dívida”, explica. 

TOP TEN DOS FUNDOS ESTRANGEIROS MAIS SUBSCRITOS EM FEVEREIRO

 

ActivoBank

Banco Best

Banco BiG

1

UBS (LUX) SF Yield (Eur) N Acc

Franklin Biotechnology Discovery N Acc $

 

Invesco Pan European High Income Fund

2

SISF Euro Equity B

AXA World Funds Global High Yield Bonds E Capitalisation EUR hedged (95%)

 

Fidelity Funds-Iberia Fund

3

Fidelity Funds United Kingdom A

Alken Fund European Opportunities-A

 

BlackRock Pacific Equity Fund

4

Fidelity Funds Nordic A

Jupiter JGF Dynamic Bond Fund L Class Euro

 

JPMorgan Europe Equity Plus Fund

5

JPM F Global Healthcare D

Schroder ISF European Dividend Maximiser B Dis

 

Threadneedle IF European Smaller Comp. F

6

Fidelity Funds European High Yield A

Fidelity Funds - Iberia Fund E-Acc-EUR

Franklin Biotechnology Discovery Fund

7

UBS (Lux) SF Balanced (Eur) N Acc

Legg Mason ClearBridge US Aggressive Growth Fund Class A EUR Acc

 

Pioneer Funds Multi Asset Real Return

8

Franklin Biotechnology  Discovery N

Vontobel Fund - US Equity C

 

Santander Acções Portugal

9

UBS (Lux) SF Growth (Eur) N Acc

JPMorgan Funds – Global Healthcare D (acc) - USD

 

Fidelity Funds - China Consumer Fund

10

SIF UK Equity B

Dexia Equities L Biotechnology N Acc USD

 

Invesco Pan European Structured Equity