Processo dos três círculos: a chave de sucesso do UBS European Opportunity Unconstrained Fund

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omninate, Flickr, Creative Commons

O UBS European Opportunity Unconstrained é um dos fundos de ações europeias mais populares em Portugal e para a empresa de análise Morningstar o produto continua a merecer a classificação máxima de cinco estrelas. Lançado em 2008 apenas para investidores institucionais, em junho de 2012 o fundo passou também a estar disponível na classe de retalho. Desde essa data o produto obteve um desempenho de 56,3% (em termos absolutos, líquido de comissões, no final de julho de 2014); nos últimos cinco anos em Portugal, segundo dados da Morningstar referentes ao final de setembro, o produto apresenta uma rentabilidade anualizada de 15%.

Mas afinal, o que tem determinado o seu sucesso?

Para Max Anderl, portfolio manager do fundo estrela da UBS Global Asset Management, existe um factor determinante que lhe confere um grau de diferenciação face aos produtos homólogos. “O nosso fundo oferece aos clientes um tipo de gestão ativa com um elevado active share. Por exemplo, se uma ação representa 3% do índice de referência e nós temos 1% na carteira, isso significa que temos 2% de active share. Quanto mais ativa é a gestão "ativa", mais provável é a obtenção de uma exposição diferente e, por isso, uma performance distinta da do benchmark”. Resume dizendo que “no UBS European Opportunity Unconstrained Fund conseguimos entre 115-120% de active share. Desta forma, os clientes estão de facto a obter algo diferente do benchmark”.

Definindo-se naturalmente como agnósticos quanto a índices de referência, Max Anderl explica: “Compramos uma ação se gostarmos dela, e se ela tiver propriedades de risco/retorno independentemente do seu peso no benchmark”.

Processo guia: os três círculos

Na base de avaliação de cada ação que integra a carteira do fundo estão o que o portfolio manager chama de três círculos. São eles o research fundamental, o quantitativo e o qualitativo. 

O círculo do research fundamental “inclui maioritariamente o potencial de subidas e de quedas, e as fontes que alimentam este círculo são as recomendações internas, o corporate governance das empresas, e as visitas aos seus boards”, elucida. Do lado quantitativo existem cinco modelos, cada um com horizontes temporais diferentes, que atuam como produtores de ideias. “Acreditamos que se não conseguimos prever o futuro, pelo menos temos as estatísticas do nosso lado”, diz.

Em terceiro lugar, o círculo do research qualitativo atua como “um filtro ou então como um catalisador”. Exemplo disso são “as empresas com balanços fracos”, porque “achamos que é complicado para estas empresas competirem”. Resumindo diz: “Se nos aparecer uma ação interessante que do ponto de vista fundamental e quantitativo seja apetecível, mas ao mesmo tempo represente uma empresa com um balanço fraco, então sai fora das nossas opções”. Antes de uma ação entrar na carteira do fundo tem portanto de passar pelo “crivo” dos três círculos. Mesmo depois de estar em carteira o processo referido não termina para cada título. “A cada 3 e 6 meses revemos cada empresa de forma completa, levando-se a cabo de novo o teste dos três círculos”.

Volatilidade em máximos, pânico na gestão em mínimos

A segunda e terceiras semanas do mês de outubro foram de agitação para os mercados. Por essa altura,  Max Anderl referia que “as vendas registadas no dia 15 foram massivas e indiscriminadas. Houve pouca diferenciação entre títulos, o que normalmente é sinónimo de vendas motivadas pelo pânico”. Perante este cenário o profissional refere que optaram por não fazer ajustes na carteira. “Numa temporada de apresentação de resultados, a atenção tende a concentrar-se nos fundamentais de cada empresa”, acredita.