Privilegiar as ações exportadoras face às ações domésticas, no Reino Unido

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A opinião de Gero Jung, macro-economista chefe da Mirabaud, sobre o posicionamento da equipa no que toca ao à performance do mercado acionista britânico, depois do Brexit. 

 

Durante o verão, o principal vetor de divergência do desempenho foi mais sectorial do que regional. Só no mês de agosto, o diferencial de desempenho entre o setor que obteve a rentabilidade mais elevada e o que obteve a mais reduzida na Europa e nos Estados Unidos aumentou para cerca de 10 pontos percentuais. No seio da nossa alocação sectorial, sobreponderámos o sector dos produtos químicos na Europa e o setor dos equipamentos da saúde nos Estados Unidos. Inversamente, reduzimos a exposição nos setores dos transportes e dos meios de comunicação social na Europa, e no setor automóvel nos Estados Unidos. Deste modo, os setores defensivos continuam a merecer a nossa preferência depois da rotação sectorial deste verão, com os setores cíclicos a apresentarem desempenhos superiores. Estes últimos beneficiaram da retoma da atividade americana depois de um crescimento dececionante de 1,1% no segundo trimestre e da atenuação dos receios associados ao «Brexit». Em especial, economic surprising index atingiu níveis sem precedentes, apoiando as empresas mais expostas a uma aceleração da atividade económica. Para os próximos meses, acreditamos que as surpresas económicas serão corrigidas, o que beneficiará as empresas defensivas.

No Reino Unido, continuamos a privilegiar as empresas exportadoras em detrimento das empresas expostas ao mercado interno e ao sector bancário. Para além do excelente desempenho desde meados de agosto, graças aos dados tranquilizadores da economia britânica – em especial ao nível do consumo –, o índice FTSE 250, composto por pequenas e médias empresas nacionais, deverá ter um desempenho inferior ao índice FTSE 100, que aproveitou a depreciação da libra e a estabilização das matérias primas para ganhar mais de 5% nos últimos dois meses. A curto prazo, esperamos a continuação da depreciação da libra e o abrandamento do crescimento britânico no final do ano. A retoma do crescimento na zona emergente, da qual provêm quase 20% das exportações do índice britânico, servirá de apoio.

Mirabaud