Portugal no ‘top ten’ das vendas de fundos europeus

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thezephyrsong_tzs, Flickr, Creative Commons

Os fundos de investimento europeus atraíram 109,6 mil milhões de euros na primeira metade de 2013, correspondendo a um incremento de 32% face a igual período de 2012. Segundo o último relatório da Lipper Thomson Reuters grande parte deste montante (109,3 mil milhões de euros) foi captado no primeiro trimestre deste ano. Junho marcou um mês de viragem, fechando um segundo trimestre com entradas líquidas de apenas 300 milhões de euros. Isto deveu-se ao elevado volume de resgates nos veículos de obrigações (-28 mil milhões de euros) motivado pelo discurso de Ben Bernanke, presidente da Reserva Federal Americana, relativamente ao possível fim do programa de ‘quantitative easing’ agendado para o final do próximo ano.

Portugal situa-se na oitava posição (1,7 mil milhões de euros) entre os 33 países europeus no que refere aos países que melhores resultados obtiveram em termos de vendas no primeiro semestre deste ano. A liderar este ‘top ten’ estão, naturalmente, os fundos registados no Luxemburgo e Irlanda num total de entradas nos primeiros seis meses de 2013 de 100,2 mil milhões de euros. Seguem-se Itália (7,4 mil milhões de euros), Espanha (7,3 mil milhões de euros), Alemanha (7,1 mil milhões de euros), Suécia (6 mil milhões de euros), Reino Unido (2,4 mil milhões de euros), Noruega (1,7 mil milhões de euros) e Portugal no montante referido acima.

Fundos de obrigações e mercado monetário dominam

Os fundos nacionais que melhor se venderam nas gestoras, até junho deste ano, foram os de obrigações (11,6 milhões de euros) e mercado monetário (1,8 mil milhões de euros). Embora os investidores revelem uma menor aversão ao risco desde o início do ano, os fundos de ações registaram um saldo negativo de 28,5 milhões de euros e os mistos de 164,5 milhões de euros. Os imobiliários ficaram igualmente em terreno vermelho (-48,8 mil milhões de euros).

Em termos gerais, no mercado europeu, o resultado não é diferente com os fundos de obrigações a dominarem com um saldo de vendas líquidas de 80,9 mil milhões. Apesar disso, o cenário altera-se no que refere aos fundos de mercado monetário que, na Europa, registaram mais saídas que entradas (-51,8 mil milhões de euros). Isto pode associar-se de alguma forma ao facto de em Portugal, motivados pela instabilidade económica e política, os investidores optarem por instrumentos de liquidez e de mais curto prazo o que leva a que a oferta deste tipo de produtos seja cada vez mais completa e superior à de outros países europeus. Referência ainda ao resultado positivo, a nível europeu, para os fundos de ações com um total de entradas de 29 mil milhões de euros.

O relatório da Lipper Thomson Reuters oferece uma visão geral do mercado europeu de fundos e é realizado com base nos dados do Lipper FundFile, base de dados líder a nível mundial no que refere a fluxos de fundos. Em termos de dados, foram analisados 34.861fundos num total de 6.050 mil milhões de euros de activos sob gestão (junho de 2013).