Porque é que Talib Sheikh está a subir a sua aposta nas ações europeias

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O grande debate do momento é se o mundo se aproxima de uma recessão económica. Alguns segmentos da economia lançaram um alerta nos últimos meses. Será suficiente para justificar a grande fuga para ativos refúgio? Talib Sheikh discorda. Para este gestor da Jupiter AM, que olha para o mundo através de uma lente macro, atualmente o cenário mais provável é que se evitará uma recessão em 2020.

É muito fácil escrever histórias sobre o fim do mundo”, reconhece Sheikh. Mas os números, por agora, não apontam para isso. A fonte de preocupação dos investidores está no sector da indústria, que desacelerou na maioria dos países desenvolvidos. A grande pergunta, na opinião de Sheikh, é se vai contagiar o sector dos serviços. De momento  o PMI do sector terciário está suportado acima dos 50 pontos e o especialista opta por agarrar-se a esse raio de luz na economia.

E essa convicção otimista está espelhada na carteira do Jupiter Flexible Income. No último trimestre quase duplicou a sua aposta em ações europeias passando de 8% no fecho de maio para 15% no fim de setembro. Utilizaram uma parte importante da pólvora seca que tinham guardada em liquidez, mas também representou reduzir a sua exposição a obrigações governamentais.

É o momento de começar a olhar para os ativos baratos e bem posicionados que se comportarão bem se efetivamente o abrandamento económico tiver terminado”, defende. Vê como sustentável a rotação do mercado em direção a ativos value, mais cíclicos, depois de tantos anos de rally no growth. E estas qualidades são encontradas atualmente nas ações europeias e japonesas.

A chave do seu argumento está no sentimento do investidor e no apetite pelo risco. Após meses de fluxos em direção às obrigações, é constatada uma reversão e entrada de novo em ações, como se pode ver no gráfico seguinte.

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Em obrigações, vê valor na perspetiva do income em high yield. Duvida mais no espaço do grau de investimento já que atualmente não vê recompensa no risco que se assume neste nicho. Curiosamente, apesar de estarem curtos em ações emergentes, apostam nas obrigações, tanto em divisa forte como local.