Poderão as SIGI valer 7 mil milhões de euros em cinco anos?

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O 'Guia de Investimento para SOCIMIs e SIGIs 2019', produzido pela Prime Yield, parte da Gloval, e pela DLA Piper, apresenta indicadores diversos sobre o mercado imobiliário e inclui uma análise comparada entre o regime das SIGI e das SOCIMI. O guia deixa clara a dinâmica que continua a existir em Espanha, no mercado imobiliário, "ainda que num ritmo ligeiramente mais suave do que no ano anterior". Em Portugal, o guia destaca uma tendência semelhante, "com os níveis de crescimento do mercado a manterem-se bastante dinâmicos, mas em desaceleração face a 2018, ano em que foram atingidos diversos recordes quer no investimento, quer na ocupação e também nos preços. Da mesma forma, os indicadores macroeconómicos e do mercado imobiliário mostram-se robustos, antecipando-se um ano novamente forte para o mercado imobiliário, de forma transversal. Os níveis de investimento deverão, contudo, aligeirar face a 2018, ano em que foram transacionados ativos de grande dimensão, que dificilmente voltarão ao mercado em anos mais próximos. A entrada em vigor das SIGIs deverá atrair novos investidores ao mercado nacional, o qual já tem bastante sucesso entre os capitais internacionais".

Sobre as SOCIMIS e em comparação com as SIGI, Nelson Rêgo, CEO da Prime Yield e responsável pela área avaliação de fundos de investimento na GLOVAL, comenta que as primeiras "são um verdadeiro sucesso em Espanha e, em 6 anos, fizeram disparar o investimento internacional no mercado imobiliário do país. São hoje mais de 70 entidades cotadas em Bolsa com um valor de capitalização acima dos €23 mil milhões. Se em Portugal, o mercado das SIGIs conseguir estabelecer-se com um dimensão de cerca de um terço de Espanha, que é a proporção existente atualmente entre o volume de investimento imobiliário comercial nos dois mercados (de €11,8 mil milhões vs €3,5 mil milhões) poderemos estar a falar de um universo, em cinco anos, de cerca de 25 cotadas para uma capitalização bolsista acima dos  €7 mil milhões”.

Nelson Rêgo destaca também as vantagens de ter um regime equiparável nos dois países que é conhecido dos investidores internacionais, referindo que “mesmo com as respetivas nuances e os ritmos próprios de cada país, ser permitido investir através de sociedades imobiliárias cotadas em ambos os países pode abrir o mercado a uma nova vaga de investimento com foco pan-ibérico. Ou seja, atrair investidores com estratégias integradas que olham para este território como um todo. Isso será muito benéfico quer para Portugal, que é visto como um mercado mais emergente em termos europeus e que pode, assim, ganhar mais escala; quer para Espanha, que compete com outros mercados de grande consolidação e pode conquistar novos investidores”.