Pioneer Investments identifica os riscos a curto, médio e longo prazo

Monica
Cedida

Ainda optimistas, mas um pouco mais cautelosos do que no princípio do ano. Assim se pode resumir a visão global da Pioneer Investments relativamente à segunda metade de 2014, que é explicada por Monica Defend, directora da Alocação Global de Activos da gestora. “O nosso cenário é em geral positivo – o regresso do crescimento potencial da economia mundial, políticas monetárias acomodatícias e inflação contida – mas há que ter atenção em relação ao delicado processo de transição que se está a viver tanto nos mercados emergentes, como nos desenvolvidos”, adverte Monica Defend.

“Apesar da taxa de crescimento da economia mundial ser significativa em muitas regiões, o excesso de capacidade que os níveis de desemprego refletem (sobretudo na Europa) continuam a ser consideráveis e o investimento continua longe dos níveis pré-crise”. Para a especialista, ainda não está claro se esta situação de estagnação estrutural se vai converter na “nova norma”, ou se voltamos a um ciclo mais tradicional, no qual a economia seja impulsionada pelo investimento produtivo.

Suporte para os ativos de risco

Para Defend, “o contexto atual de baixo crescimento, baixa inflação e políticas monetárias expansionistas implica uma baixa volatilidade e baixas rentabilidades nas obrigações, o que, em conjunto com as previsões de melhoria de lucros, deveria ser positivo para os ativos de risco”. Apesar das valorizações já não serem tão atrativas depois do rally vivido por estes ativos durante a primeira metade do ano, na Pioneer veem diferenças importantes entre as distintas regiões.

De uma perspetiva fundamental, a rentabilidade por dividendo continua a suportar as ações europeias, embora confiemos que o mercado norte-americano seja mais rentável, ainda acreditamos que os mercados emergentes sejam a região mais subponderada”, explica Defend. Olhando para os próximos meses, a gestora adoptou um posicionamento mais cauteloso “porque alguns dos indicadores tácticos parecem estar a perder força”, mas mantêm-se longos em ativos de risco.

Riscos a curto, médio e longo prazo

A curto prazo, o principal risco é geopolítico”, afirma Defend. Embora durante a primeira metade do ano os aspectos geopolíticos não se tenham traduzido num aumento significativo de volatilidade – algo que a especialista atribuiu ao facto dos investidores estarem mais preocupados com a recuperação económica -, na Pioneer acreditam que esta situação poderá mudar nos próximos meses.

A médio prazo, Monica Defend, assinala que os possíveis erros na implementação das reformas estruturais são a principal fonte de risco. “A economia mundial continua a estar convalescente, por isso, os países devem ser cuidadosos com as suas políticas económicas. O principal risco reside numa possível falta de coerência no desenho das reformas institucionais ou estruturais, ou num atraso na sua implementação, que poderá causar uma deterioração significativa das perspetivas económicas”.

Em último lugar, a gestora identifica a dívida pública - cujos níveis foram incrementados durante a crise – e o envelhecimento da população – o que poderá dificultar o pagamento dessa dívida – como os principais riscos a longo prazo.