Pictet AM celebra 20 anos da sua estratégia sobre a água com o objetivo de levar o investimento temático aos institucionais

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Yoann Boyer - Unsplash

A Pictet AM foi a primeira gestora a trazer o conceito de investimento temático aos investidores ibéricos e, talvez, uma das estratégias que mais títulos concentrou nos últimos anos tenha sido a que versa sobre o investimento em água cujo fundo bandeira, Pictet Water, cumpre este ano o seu 20.º aniversário e conta com Selo Funds People em 2020 pela sua classificação de Blockbuster.

“Nesta altura em que todas as gestoras já têm fundos de investimento temáticos convém definir o que são exatamente. O investimento temático é investir numa indústria sem seguir nenhum índice para aproveitar a confluência de várias megatendências”, afirmou Gonzalo Rengifo, diretor-geral da Pictet AM na Península Ibérica e América Latina, numa conferência de imprensa na qual justificou o porquê do investimento em água,  que gerou uma rentabilidade anualizada de 8,7% nestes 20 anos, ainda ter sentido num contexto de taxas baixas e valorizações cada vez mais ajustadas.

O primeiro que deixou claro é que a sua estratégia de água não se refere ao investimento na matéria-prima, mas que nela confluem três áreas de negócio onde investem ao utilizar ações como veículo: a tecnologia que rodeia a exploração de água, a gestão deste recurso e o tratamento da água e dos resíduos, com o potencial que este negócio tem num momento em que o planeta enfrenta uma cada vez maior escassez de recursos hídricos. E apresenta dois números para suportar. O primeiro é que, segundo explica, “quase mais de metade da população mundial vive com escassez hídrica já que o consumo de água multiplicou por nove desde 1900, três vezes mais do que o fez a população mundial”. E a segunda é que, contra o que se possa pensar, a indústria da água é uma das maiores do mundo, já que “fatura quase 700.000 milhões de euros por ano, o mesmo que a indústria farmacêutica”.

Perante estes números, não é estranho que cada vez sejam mais os investidores que começam a ter em conta este tipo de estratégias, e também outras incluídas no vasto universo de megatendências, já não como uma parte satélite da sua carteira, mas como um investimento estratégico. “A indústria da água está concentrada em dois sectores: industrial e utilities, pelo que é uma estratégia barbell. Tem uma parte também de investimento alternativo, tanto na parte mais líquida como ilíquida sobretudo no referente ao investimento em infraestruturas”, afirma Patricia de Arriaga, subdiretora geral da Pictet AM na Península Ibérica e América Latina.

Esse componente de investimento alternativo, mas com liquidez diária é a base que está a usar agora a gestora para ampliar o seu universo de investidores e o potencial de crescimento deste tipo de estratégias das quais a Pictet AM foi pioneira na Europa. “O investidor inicial das temáticas foi o de retalho, o segundo os distribuidores e o segmento que nos resta é puramente institucional (fundos de pensões, fundações...) que procuram fontes de alfa e aí é onde estamos a começar a trabalhar”, afirma Arriaga.

Atualmente, a gestora suíça conta com um total de 14 estratégias ligadas às megatendências com um património acumulado de 40.000 milhões de euros e destas há três fundos, o Pictet Security, o Pictet Robotics e o próprio Pictet Water, que estão num período de soft close (as subscrições estão fechadas a novos investidores e limitadas aos investidores existentes) com o objetivo de preservar a liquidez das mesmas. “Atribuímos um rácio de liquidez às carteiras, comprometidos com que 90% da carteira se possa liquidar em cinco dias úteis, e esse é o critério pelo qual fechámos os fundos”, afirma Rengifo.