Para que classe de fundos está a ir o dinheiro este ano?

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2019 começou como acabou 2018: com saídas de dinheiro na indústria europeia de gestão de ativos. Apesar do bom comportamento registado pelos mercados, janeiro tornou-se o nono mês consecutivo de reembolsos para o setor a nível europeu, com saídas de 7.000 milhões de euros, segundo dados da Refinitiv (antiga Lipper Thomson Reuters). Não obstante, neste cenário adverso, determinadas categorias de produto estão a captar fluxos, como os ETF, que atraíram outros 8.100 milhões. O que está o investidor a fazer com o seu dinheiro neste arranque do ano?

Grande interesse por monetários

Em primeiro lugar, a protegê-lo bem em fundos monetários. Em janeiro entraram nestes produtos 3.800 milhões. Os grandes beneficiados foram a Generali Investments (3.300 milhões de entradas líquidas), a Credit Mutuel (2.200 milhões) e a BNP Paribas AM (2.100 milhões), que se posicionaram como as entidades que mais dinheiro conseguiram atrair na Europa no mês passado graças, fundamentalmente, ao interesse dos investidores pelos seus produtos monetários. Foram muito significativas as entradas em fundos monetários em euros (13.800 milhões de captações) e as saídas em monetários em dólares (-7.300 milhões).

O dinheiro saí das ações nos mercados desenvolvidos…

Em segundo lugar, o que estão a fazer os investidores europeus é  tirar o seu dinheiro dos fundos de ações e gestão alternativa. Os produtos que investem na bolsa tiveram no primeiro mês do ano saídas líquidas de 7.400 milhões, sendo as categorias de ações europeias (-3.600 milhões) e americana (-3.400 milhões) as que mais sofreram. Também registaram reembolsos os produtos do Reino Unido (-2.500 milhões) e a zona Euro (-2.400 milhões).

…mas entra nas estratégias de ações emergentes e global

Contudo, dentro deste universo, existem categorias que estão a captar dinheiro, como os fundos de bolsa emergente e global. A primeira registou entradas de 3.400 milhões, enquanto a segunda atraiu 3.200 milhões. A KBC (1.800 milhões), a Link Asset (1.600) e a UBS AM (800) foram as gestoras que conseguiram atrair mais dinheiro com as estratégias de ações.

Dos produtos de gestão alternativa saíram 7.700 milhões. Conseguiram enfrentar o temporal a H20 Asset Management, filial da Natixis IM, que foi a entidade que mais entrada recebeu neste tipo de estratégias (600 milhões), a BMO Global AM (300 milhões) e a DWS (200 milhões).

O dinheiro entra em obrigações emergentes em divisa estrangeira e local…

Neste arranque de ano, os investidores europeus estão a apostar nas obrigações. Nestes produtos entraram 12.700 milhões em janeiro. No foco de interesse estão os fundos que investem em obrigações emergentes em divisa estrageira. Só em janeiro atraíram 4.400 milhões, tornando-se na categoria mais procurada no primeiro mês do ano. Os produtos que obrigações emergentes em divisa local também registaram entradas líquidas, neste caso 1.800 milhões.

…e sai das obrigações europeias de curto prazo

No outro lado da balança estão os fundos de obrigações europeias de curta duração, dos quais saíram 2.600 milhões. Por gestoras, a BlackRock, com entradas de 3.800 milhões, a PIMCO (2.200 milhões) e a AllianceBernstein (1.100 milhões) foram as gestoras que mais captaram em janeiro com os seus fundos de obrigações.

Por último estão os fundos mistos, dos quais os investidores reembolsaram 3.500 milhões, sendo os mistos flexíveis em euros os que registaram os maiores fluxos de saídas (-1.300 milhões). A Aviva, com entradas líquidas de 500 milhões nos seus fundos mistos em janeiros, a Union Investment (300 milhões) e Flossbach von Storch (200 milhões), foram as entidades que mais captaram nesta categoria.