UCITS de ações e monetários atraem poucas captações até setembro em contraste com a média europeia

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fnunes4, Flickr, Creative Commons

De acordo com o relatório publicado pela European Fund and Asset Management Association (EFAMA), os primeiros nove meses de 2017 foram profícuos para os fundos UCITS em Portugal, tendo-se verificado um saldo de subscrições líquidas de 1.013 milhões de euros. Este valor representa, assim, uma evolução significativa face ao mesmo período de 2016, período em que o saldo de subscrições líquidas de fundos UCITS em Portugal foi negativo de 490 milhões de euros.

O panorama europeu também registou uma evolução positiva, tendo passado de um saldo de subscrições líquidas nos primeiros nove meses de 2016 de 193.374,7 milhões de euros para 567.989,2 milhões de euros no mesmo período de 2017. Globalmente, as categorias que mais contribuíram para este saldo total foram a categoria de fundos de obrigações e a categoria de fundos multiativos, cujos saldos entre subscrições e resgates ascenderam a 240.309,0 milhões de euros e 135.829,4 milhões de euros, respetivamente.

Captações líquidas fundos UCITS por região (jan-set 2017)

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*Engloba os países do continente europeu

Fonte: EFAMA, 30 de setembro 2017

O que muda no panorama nacional?

Já em Portugal, o cenário é relativamente diferente, uma vez que foi a categoria outros fundos a contribuir de forma mais preponderante para o saldo de subscrições líquidas registado pelos fundos UCITS. Assim, com um saldo de 518,3 milhões de euros no período em análise, esta categoria representou mais de metade (51,15%) das subscrições líquidas registadas, o que contrasta com os tímidos 3,22% verificados no panorama global.

No que diz respeito à categoria de fundos de obrigações, a sua importância é visível tanto no panorama global como no panorama nacional, no qual terminou os primeiros nove meses de 2017 com um saldo de subscrições líquidas de 302,3 milhões de euros – o que representa 29,84% do saldo total registado pelos fundos UCITS em Portugal.

Não obstante, a categoria de fundos multiativos, com 224 milhões de euros em subscrições líquidas (22,11% do total), foi a terceira categoria que melhor saldo registou no panorama nacional.

As categoria de fundos de ações e monetários atraíram pouco interesse por parte dos investidores nacionais no segmento UCITS, o que contrasta com a média europeia. 

Em Itália, por outro lado, verificamos que o volume de captações líquidas registado pelas categorias fundos de obrigações e fundos multiativos acaba por estar em linha com o panorama europeu, uma vez que foram as únicas que registaram entradas líquidas de dinheiro positivas. Em Espanha, por sua vez, o cenário é totalmente diferente, com os fundos de obrigações a registarem um saldo negativo de -2.619 milhões de euros, enquanto que a categoria de fundos de ações foi a que categoria que mais contribuiu para o saldo total entre subscrições menos resgates (73,01% do total). 

Captações líquidas fundos UCITS por país (jan-set 2017)

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Fonte: EFAMA, 30 de setembro 2017