Os "vencedores" e "perdedores" dos mercados emergentes em abril

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Stefan Elf, Flickr, Creative Commons

O índice de referência - MSCI Emerging Markets - terminou o mês de abril com 0,4% de ganhos denominados em dólares norte-americanos. Contudo ainda há algumas nuances importantes a assinalar. No seu último Market Update Mark Mobius,  guru da Franklin Templeton Investments, carateriza o quarto mês do ano como um mês de divergências significativas na performance dos mercados emergentes em termos individuais.

A América Latina foi a região "vencedora" do mês em questão. Mark Mobius, que estará em Lisboa no próximo dia 30 de maio, sublinha que "os dados macroeconómicos foram melhores do que o esperado, suportados pelo mercado peruano, enquanto a força do Real, em conjunto com o cada vez menor apoio a Dilma Rousseff em vésperas de eleições, elevaram os preços das ações brasileiras". 

Grandes a perder

Os "perdedores" de abril foram os mercados emergentes de maior dimensão. As preocupações sobre o abrandamento económico chinês continuam a alastrar, e "o mercado de ações do país reduziu-se em 2,3% ao nível da moeda denominada em dólar americano". Apesar de tudo, Mobius mostra-se positivo em relação ao país e acredita que "a recuperação dos mercados desenvolvidos será um factor positivo para o mercado chinês". Para o especialista, "o ótimo crescimento destes países deverá dar uma ajuda ao aumento das exportações chinesas, mas também na economia do país como um todo".

Questões políticas prejudicam a Rússia

O Presidente da Templeton Emerging Markets faz questão de assinalar também o momento particular que a Índia atravessa. "A meio de uma eleição geral, a bolsa do país abrandou 1,1% em dólares. Ainda assim a Rússia conseguiu arrecadar o título de "pior" performance do mês, com uma queda bolsista de 6,4%, também em dólares. A justificação é a mais evidente: "A Rússia continua a ser afectada por eventos como a violência nas regiões de Donetsk e Lugansk, prevendo-se crescentes ameaças de sanções vindas dos EUA e da Europa Ocidental", indica.

Mercados Fronteira a emergir

Os mercados fronteira, por outro lado, superaram os seus maiores homólogos dos mercados emergentes, sendo que o MSCI Frontier Markets Index apresentou um retorno de 5,7% em dólares americanos. Neste âmbito, o especialista destaca os resultados conseguidos pelos Emirados Árabes Unidos e pelo Qatar, que "continuam a beneficiar do grande interesse dos investidores, depois de ter sido anunciado que ambos os mercados se vão mudar do Frontier Market Index para o Emerging Markets Index".