Os últimos dois anos nos fundos flexíveis

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Alejandro Morales-Loaiza. Flickr. Creative Commons

“Não assumir qualquer compromisso quanto à composição do património nos respectivos documentos constitutivos” é a definição da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios – APFIPP – para os fundos flexíveis. Esta definição pode ser uma peça fulcral para os produtos flexíveis em períodos em que as “tempestades perfeitas” de volatilidade assolam os mercados financeiros. Tanto assim é, que nos últimos dois anos apenas quatro fundos flexíveis registam rendibilidades anualizadas positivas, com dois deles a serem geridos pela Optimize Investment Partners.

O produto que mais se destacou no período em questão foi o Optimize Europa Valor. Gerido por Diogo Teixeira, gestor e adminstrador da entidade, este fundo da Optimize IP cresceu, ao ano, 2,83%. O produto tem sob gestão mais de 9 milhões de euros, com as empresas de consumo cíclico a representarem quase 30% da carteira. Em termos de maiores investimentos, o BNP Paribas lidera, seguido da Société Générale e ainda da Adidas.

Da mesma casa de investimento surge o segundo produto mais rentável. Trata-se do Optimize Investimento Activo que atinge uma rendibilidade anualizada de 2,57%. Com mais de 10 milhões de euros em ativos sob gestão, o fundo segue, praticamente, o mesmo estilo de investimento do Optimize Europa Valor, com os maiores investimento em carteira a serem realizados no BNP Paribas, Société Générale e ainda na Novartis.

Estes dois fundos lideraram o segmento em 2015, com o gestor e administrador da entidade a destacar o facto dos fundos procurarem “antecipar os timings de mercado, efetuando realocações táticas de curto e médio prazo”, referiu à Funds People. E foi mesmo isso que aconteceu ao longo de 2015. De acordo com o gestor os “timings foram relativamente acertados, o que permitiu que o fundo beneficiasse dos movimentos de alta do mercado, ao mesmo tempo contrariava parcialmente os períodos de baixa com uma exposição mais reduzida às ações, o que também beneficia a volatilidade do fundo. As nossas apostas sectoriais também foram acertadas, nomeadamente uma ponderação quase nula nas petrolíferas, das quais saímos totalmente no último trimestre”, afirmou.

Dois restantes abaixo de 2%

São dois os fundos restantes que registam ganhos positivos nos últimos dois anos. Com ganhos de 1,54% vem o CA Flexível que está sob alçada da Crédito Agrícola Gest. Gerido por Fernando Nascimento, o fundo tem quase 12 milhões de euros em património, com o maior investimento em carteira a ser realizado em dívida pública norte-americana, seguido de dívida corporativa de empresas como a Rabobank ou a Carnival Corp.

O outro produto é gerido pela Banif Gestão de Activos e denomina-se Banif Investimento Conservador. Com mais de 6,5 milhões de euros e uma rendibilidade anualizada de 0,58% nos últimos dois anos, o fundo tem como maiores investimentos em carteira dívida pública de países como Espanha e Itália.

Fundos flexíveis com rendibilidade positiva

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Fonte: APFIPP no final de agosto.