Os planos de Fabio Riccelli para o Fidelity Iberia

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Cedida

Depois de confirmada a saída de Firmino Morgado da Fidelity Worldwide Investment, a gestora está focada em explicar quais vão ser os pilares base sobre os quais assenta a estratégia do FF Iberia, um dos produtos estrela da entidade, agora sob a alçada de Fabio Ricelli. Para isso, a entidade organizou recentemente uma teleconferência na qual participaram Paras Anand (na imagem), responsável de ações da empresa, e Fabio Riccelli, a nova cara visível à frente do produto.

O encontro serviu para proporcionar detalhes sobre a biografia e o estilo de gestão que Riccelli quer implementar no fundo. Serviu também para recordar a importante gama de produto da empresa em fundos-país, dado que a entidade também conta com fundos que investem exclusivamente em Itália, Alemanha, França, EUA, Indonésia... “Os fundos-país constituem uma das partes de prestígio da nossa oferta. São uma forma de acrescentar valor para o investidor através do conhecimento do mercado de trabalho, a presença de um gestor dedicado e um enfoque agnóstico com o índice de referência”, defende Anand.

O que vai mudar no FF Iberia?

Em linhas gerais, pode afirmar-se que a estratégia e filosofia de investimento que têm vindo a caraterizar este produto se vão manter. A mensagem que lançam da gestora é de continuidade. Na verdade, Paras Anand ressalta que a substituição de Firmino Morgado por Riccelli “fornece credibilidade”. O gestor português tinha comunicado a sua decisão de sair da entidade no verão e Riccelli está a familiarizar-se com os dois fundos desde o início de setembro, mas não assumiu a sua gestão até recentemente.

Fabio Riccelli explicou que vai manter o estilo pragmático que caraterizou o antecessor, procurando títulos ganhadores no longo prazo mas sem aproveitar apostas ocasionais em situações especiais para gerar retornos fortes. Diferentemente do seu antecessor, Ricelli vai prestar maior atenção à qualidade dos títulos. “A estratégia vai ser exatamente a mesma. O que vai ser diferente, dada a natureza do mercado, é que vou ser mais pragmático mas vou procurar mais qualidade”.

O gestor assinala que a sua alocação por países – há que recordar que o FF Iberia pode investir um máximo de 20% da sua carteira em ações portuguesas – “vai depender de onde é que veem mais oportunidades”. A este nível, o gestor mostra uma opinião muito moderada sobre a evolução das economias espanhola e portuguesa: “Somos cautelosamente otimistas com a periferia. Há sinais de recuperação. Embora seja mais lenta do que o esperado, ela está a fazer-se sentir mais nas empresas melhor capitalizadas”.

Outra das nuances vem da própria experiência do novo gestor, que até agora tinha assumido as rédeas do FF European Smaller Companies durante os últimos oito anos e do FF European Dynamic Growth nos últimos seis. Isto permitiu-lhe acumular uma grande experiência em empresas de pequena e média capitalização, que identifica através de um processo que define como “muito bottom up”. Ricelli declara que prefere títulos submetidos a dinâmicas internas e, por outro lado, menos sensíveis ao contexto macro, que negoceiem significativamente abaixo do seu valor intrínseco e, principalmente, que a sua capacidade de criação de lucros esteja subestimada pelo mercado. O gestor também usa a metáfora de uma procura de um tesouro para se referir ao método de seleção de empresas, colocando enfâse no facto da análise ter um papel principal no processo de due dilligence, bem como as reuniões com as equipas gestoras das empresas.