Os novos fundos da Santander Asset Management

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Vitor Duarte

O mercado nacional de fundos de investimento tem vindo a sofrer visíveis alterações ao longo dos últimos anos, com várias as entidades a reordenar a sua oferta. Quer seja através da liquidação ou fusão de produtos já existentes, quer seja através do lançamento de novos produtos, as sociedades gestoras procuram adaptar a sua carteira de veículos de investimento às necessidades dos seus clientes.

A Santander Asset Management é uma dessas entidades, tendo vindo a reestruturar a sua oferta nos últimos anos (recordamos as liquidações, fusões e lançamentos entre 2014 e 2017). Esta reestruturação continua em curso, com a entidade a lançar dois novos produtos no mercado nacional. São eles o Santander Rendimento, um fundo de fundos misto com distribuição de rendimento e o Santander Sustentável, um fundo que procura capitalizar na tendência do Investimento Socialmente Responsável (ISR). “Temos procurado simplificar e racionalizar a nossa oferta, procurando ao mesmo tempo diversificar, não só em termos de fundos, mas também de temas de investimento”, explicou António Ribeiro Filipe, diretor comercial e de produto da Santander Asset Management.

Assim, o lançamento dos novos fundos surge pela procura detetada por parte da entidade por um produto que distribua um rendimento – Santander Rendimento – e por um produto de ISR – Santander Sustentável. ”, destacou o profissional.

Santander Rendimento – um fundo de fundos misto do tipo “feeder

O Santander Rendimento, um fundo de fundos misto, que tem como objetivo distribuir (no mês de dezembro) um rendimento anual, com a particularidade de possuir uma característica bastante distinta dos restantes fundos nacionais: é um fundo feeder, pelo que investe, pelo menos, 85% noutro fundo. “O fundo no qual o Santander Rendimento investe é um produto que temos no Luxemburgo, o Santander Select Income, que foi lançado em julho do ano passado e distribui, igualmente, um rendimento em dezembro”, começa por explicar António Ribeiro Filipe.

A gestão do fundo Santander Select Income (fundo do tipo “master”) está a cargo de uma equipa experiente baseada em Londres, sendo construído com base em três blocos de investimento: growth assets, defensive assets e non-traditional assets. “Estes blocos são definidos de acordo com um track record que nos permita alcançar o objetivo de distribuição de rendimento anual”.

Santander Sustentável – investir em empresas líderes que cumprem os critérios ISR

Já sobre o fundo de investimento socialmente responsável, António Ribeiro Filipe começa por destacar que o investimento neste tipo de ativos cresceu cerca de 73% nos últimos quatro anos. Constata, ainda, que “esta é uma tendência muito grande e as necessidades dos investidores vão muito ao encontro deste tipo de estratégias e de investimento neste tipo de empresas”.

Assim, capitalizando na experiência do grupo Santander de mais de 20 anos no investimento socialmente responsável a entidade lançou o Santander Sustentável. Este é um fundo que “procura investir em empresas líderes que se preocupam com temas como as alterações demográficas, hábitos de consumo, inovação tecnológica e recursos naturais”, refere o profissional. A escolha de títulos obedece, em primeiro lugar, a uma análise de indicadores financeiros e tradicionais. Após este passo, as empresas são analisadas para perceber se seguem critérios de investimento socialmente responsável. “Analisamos vários índices – internos e não só – e recolhemos informações de inúmeras empresas, escolhendo empresas saudáveis no plano financeiro e que cumpram com os critérios”, aprofunda. 

Por outro lado, a gestão do fundo aproveita todo o know-how da Santander Asset Management, sendo o investimento supervisionado por um Comité de Investimento e Sustentabilidade que analisa vários factores: Outlook dos mercados financeiros, critérios ASG (Ambientais, Sociais e de melhores práticas de Governance) por título, decisão da alocação de ativos, análise de performance face aos peers, aplicando ainda critérios internos de avaliação de risco. Quanto à equipa que está a cargo da gestão do fundo, esta engloba o contributo de uma equipa de investment solutions “que, com base numa análise macroeconómica, decide a alocação de ativos e a seleção de fundos de terceiros”, explica o profissional, destacando que “esta equipa não investe em ativos diretos, decide apenas a percentagem a alocar aos diferentes ativos”. Esta equipa é ainda apoiada por mais duas equipas, uma de obrigações e outra de ações, “que, essas sim, vão decidir em que obrigações e em que ações, em particular, vão investir”.