Os investidores entram em modo risk on

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FMG2008, Flickr, Creative Commons

Os investidores voltaram a entrar em modo risk on. A distensão da guerra comercial e a maior clareza quanto ao Brexit parecem ser os fatores que incentivaram os investidores europeus a dar o passo. Os dados de fluxos em dezembro na Europa da Refinitiv mostram uma forte recuperação do apetite pelo risco. Primeiro, com as fortes saídas de dinheiro de fundos monetários em euros. Saíram até 23.000 milhões de euros destes produtos no passado mês de dezembro.

Este dinheiro teve, principalmente, dois destinos. Boa parte quis continuar “em segurança” e foi absorvido pelos monetários em dólares, nos quais entraram no mês passado quase 10.000 milhões (mantendo a tendência do segundo semestre de 2019), e também em libras, que atraíram 5.000 milhões. Mas outra parte muito importante está a ir para  estratégias de ações, categoria sobre a qual, até agora, reinava uma certa desconfiança. Em dezembro entraram 7.300 milhões em fundos de ações, 5.900 em produtos de ações americanas e outros 4.000 em fundos de ações emergentes.

Isto é, só no mês passado estas três categorias registaram entradas líquidas na Europa de aproximadamente 17.000 milhões, o que evidencia que os investidores europeus estão a voltar a pôr o seu dinheiro a trabalhar. Também são significativas as captações líquidas que estão a registar os fundos small e mid caps de ações britânicas. Em dezembro estes produtos atraíram na Europa mais de 2.000 milhões, prova evidente do impacto que a maior visibilidade sobre os resultados do Brexit está ter no mercado.

Em obrigações também se pode verificar a maior inclinação dos investidores europeus por aumentar o risco das suas carteiras. Os fundos que investem em obrigações de mercados emergentes voltam a ganhar interesse. Em dezembro entraram 2.400 milhões nestes produtos. É um volume muito semelhante ao que conseguiram atrair os fundos de obrigações globais durante o mês passado. Por agora, tudo aponta que o bom comportamento que os mercados estão a registar em janeiro fará com que esta tendência tenha a sua continuidade durante as primeiras semanas de 2020.

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