“Os Interessantes”, de Meg Wolitzer

250x
-

Um livro brilhante na escrita, assim como na composição da história e na capacidade de nos contar uma história real, de uma forma tão concisa, justa, real, coerente e cheia de emoções, que, desta forma, o torna num livro de obrigatória leitura.

Tudo se passa em 1974 quando, todos reunidos no verão, resolvem prometer que todos serão para sempre “os interessantes”, nome que advêm das qualidades artísticas de cada. Com cerca de 15 anos, e todos eles livres e seguros das suas capacidades de criação, a promessa era justa na forma e pontual com o nome.

Mas os nossos ensaios artísticos com a idade de 15 anos, não são os mesmos, ou não terão que ser, os nossos interesses, a nossa vida e a forma como sonhámos e pretendemos atingir ao nos comprometermos a pertencer a este grupo de adolescentes, amigos adolescentes.

A passagem da vida por todos eles, leva-os a seguirem diferentes caminhos, uns mais artísticos do que outros, outros com maior sucesso profissional e financeiro do que os outros e, desta forma, o eleito grupo de “os interessantes” torna-se obsoleto na forma.

Este fantástico livro descreve de uma forma tão simples e tão natural, para todos nós, acerca dos “acasos” da vida e do que estes “acasos” podem criar de diferente em nós, no que tínhamos antecipado e no que nos propúnhamos assegurar aos nossos amigos e ao “leal” grupo constituído por todos.

Um livro leve, mas cheio de boa escrita e de vidas com as quais nos vemos, um livro cheio de amizade e de valores, cheio de avaliações de cada carácter e da forma como esse carácter se transforma, se defende, se deixa atacar e se permite ser humilde para manter as amizades. Muito mais do que um livro acerca de vidas separadas e diferentes, é sim um livro que retrata a amizade, o que subentendemos por amizade, um livro que retrata a capacidade de ter orgulho dos outros e do seu sucesso e de permitir que todos sejam os mesmo amigos, apesar das diferenças geradas pela vida e pelos caminhos que decidimos tomar.