Os fundos mais 'amorosos' nos últimos cinco anos

Fruta, amor, limão
milena mihaylova, Flickr, Creative Commons

O Dia de S. Valentim - conhecido por Dia dos Namorados - é um dia em que o amor anda no ar. Desde sempre que o amor junta as pessoas, e as relações a longo prazo podem ser um bom barómetro para o seu sucesso. A mesma analogia pode ser feita para os fundos de investimento. Nestas aplicações, é no longo prazo que a esmagadora maioria dos produtos regista ganhos assinaláveis. Vamos ver quais os fundos com melhor desempenho ao longo dos últimos cinco anos.

De todos os fundos disponibilizados pelas entidades nacionais, aquele que regista a melhor rendibilidade desde 14 de fevereiro de 2012 é o Invest AR PPR, cujo gestor é Paulo Monteiro da Invest Gestão de Activos. No período em análise, o fundo gerou uma rendibilidade anualizada de 16,34% e na ficha do produto de janeiro, o gestor destaca um início do ano marcado pela tomada de posse da administração norte-americana. Por essa razão, antevê-se “um novo período de maior protecionismo económico que conduzirá eventualmente a um menor ritmo do crescimento económico mundial em favor de uma maior homogeneidade na distribuição dos benefícios desse crescimento”. Na "factsheet" de janeiro, o profissional afirma que “nesta fase de transição, os mercados financeiros mostram-se hesitantes em definir uma tendência clara para o futuro.”

Logo depois vem o Santander Acções América. Gerido por Luis Beamonte, da Santander Asset Management, regista ganhos anualizados de 13,76%. No final do mês de janeiro, o fundo apresentava cerca de 43 milhões de euros em património, com o Goldman Sachs Group a ser o maior ativo em carteira, sendo seguido pela American Express e pela Boeing. Na factsheet de janeiro passado, o gestor do produto referia que "o mercado acionista norte-americano, contrariamente ao que tinha acontecido no final de 2016, registou um início de ano pouco alterado, não mantendo contudo, o ritmo de ganhos posteriores à vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais". Relativamente ao produto, o gestor refere que "durante o mês de janeiro não foram efetuadas alterações relevantes à carteira, mantendo-se inalteradas as principais posições, bem como as alocações setoriais".

Com uma rendibilidade semelhante - de 13,47% - vem o Caixagest Acções EUA. Sob a alçada da Caixagest, o fundo investe no mercado norte-americano, tendo no final de janeiro cerca de 95 milhões de euros. A UnitedHealth Group era a cotada com maior presença em carteira no final do ano, seguido da The Home Depot e ainda da Boeing.

Acima dos 10% de ganhos anualizados surgem ainda mais alguns produtos. Um deles é o Montepio Euro Healthcare. Da responsabilidade da Montepio Gestão de Activos, o fundo regista uma rendibilidade de 12,10%. Com o valor da carteira a rondar os 12 milhões de euros, o maior ativo era o investimento na Roche, seguido da Novartis e da Sanofi. Este produto, tal como o nome indica, investe em empresas do setor da saúde e dos cuidados de saúde por toda a Europa.

Além destes, encontramos mais três produtos que superam a barreira dos 10%. Dois deles investem, também, no mercado norte-americano: o BPI América denominado em euros e ainda o IMGA Acções América. O primeiro é gerido pela BPI Gestão de Activos e registou uma rendibilidade anualizada de 11,41%. O segundo é da responsabilidade António Dias da IM Gestão de Ativos e registou, no período em questão, uma valorização anualizada de 11,34%.

O outro produto que supera os 10% de ganhos é o IMGA Global Equities Selection. Também é gerido por António Dias da IM Gestão de Activos e registou uma rendibilidade anualizada de 10,15%. Em termos de carteira, no final do ano o maior ativo um ETF da iShares: o iShares S&P/TSX 60 Index.

Fundo de obrigações na lista

Encontramos, também, um fundo de obrigações na lista dos de produtos mais rentáveis nos últimos cinco anos. Trata-se do NB Obrigações Europa que é gerido por Vasco Teles da GNB Gestão de Ativos. No período em análise a sua rendibilidade atingiu os 9,37%, com o seu património no final do mês passado a superar os 35 milhões de euros. Na ficha de janeiro, o gestor referia que foi a "exposição a inflação", a "exposição curta a Itália" e ainda a "exposição marginal a emergentes" que ajudou o produto no primeiro mês do ano. Em termos de perspetivas, Vasco Teles refere que os "dados recentes da inflação devem pressionar taxas de longo prazo no início do ano", com o mercado a solidificar "em virtude das incertezas políticas e das pressões técnicas geradas pela expansão do balanço do BCE". Em termos de enquadramento político internacional, o gestor refere que pode estar a nascer um novo enquadramento, "questionando o estatuto do comércio internacional e levantando incertezas quanto ao processo de globalização actual, podendo gerar novos padrões de inflação e crescimento ainda não interiorizados pelos investidores".

Os fundos mais rentáveis nos últimos cinco anos

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Fonte: Morningstar Direct. Rendibilidades anualizadas entre 14 de fevereiro de 2012 e 7 de fevereiro de 2017.