Os fundos de obrigações em 2018

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Se nas ações o cenário foi pouco satisfatório, nas obrigações o panorama impôs-se da mesma forma: os fundos de obrigações que conseguiram “fugir” ao pouco abonatório ano de 2018 foram muito poucos.

Olhando para os dados da Morningstar Direct, datados de final de dezembro de 2018, rapidamente se percebe que o controlo das perdas foi difícil para a maioria da indústria. Muito embora o primeiro nome da tabela abaixo figure com uma rentabilidade de 6,61%, o EuroBic Tesouraria B USD, gerido pela Dunas Capital, beneficiou, claramente, da valorização do dólar durante o ano que agora terminou, o que justifica a performance alcançada.

Excluída esta nuance cambial, o grande destaque no universo das obrigações vai para o veterano de mercado NB Obrigações Europa, a cargo da GNB GA. O fundo constituído em 1994, e gerido por Vasco Teles, terminou 2018 no posto de mais rentável desta categoria, com um retorno anualizado de 1,29%, o que lhe confere também a menção de fundo mais rentável, em termos genéricos, na indústria doméstica.

O fundo foi dando nas vistas durante 2018, alcançando por várias vezes o posto de mais rentável no último ano. No início do verão, e a propósito desse bom desempenho, o profissional detalhou à Funds People alguns dos trunfos que justificam essa performance. Por um lado, o especialista sublinhou que o fundo "no último trimestre de 2017 teve a felicidade de estar exposto a Portugal, cuja melhoria de rating por parte da S&P para BBB - em setembro despoletou um último salto nas valorizações, e à Grécia, cuja operação de troca de dívida dezembro resultou na subida de 10 a 15% nos preços dos títulos gregos”; por outro lado, e já em 2018, foi benéfico o facto “da carteira ter recolhido bons retornos da exposição a dívida alemã – algo surpreendente à partida do ano – e da exposição a Itália – cujo percurso tem sido turbulento". Resumidamente, como chave do sucesso, Vasco Teles falava de duas caraterísticas muito específicas do fundo: “A possibilidade de assumir risco em termos absolutos, e a possibilidade de nos desviarmos bastante face ao benchmark”.  

Verifique ainda quais os fundos que apesar da rentabilidade negativa, conseguiram controlar melhor as perdas:

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Fonte: Morningstar Direct, 31 de dezembro