Os fundos com ‘flexibilidade positiva’ em 2015

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Phill Monson, Flickr, Creative Commons

Os primeiros nove meses do ano tiveram alguns altos e baixos que mexeram com as rendibilidades dos fundos de investimento em Portugal. Os fundos flexíveis não foram a exceção, com as fortes rendibilidades dos primeiros meses do ano a desvanecerem-se ao longo dos últimos meses.

Ainda assim, dos quase 20 produtos classificados como flexíveis pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios – APFIPP – existe uma mão cheia que regista rendibilidade positivas. Esses cinco produtos são geridos por três entidades diferentes: a BPI Gestão de Activos e a Optimize Investment Partners gerem dois produtos cada; a Santander Asset Management tem sob sua responsabilidade o fundo restante.

De entre os cinco produtos com rendibilidades positivas nos primeiros nove meses do ano, o líder é o BPI Ibéria. Gerido por Pedro Maruny, da BPI Gestão de Activos, o fundo regista uma rendibilidade de 4,89% no final de setembro. Nessa mesma data o produto geria mais de 9 milhões de euros com o Banco Santander a ser o maior investimento em carteira, sendo seguido pela Jerónimo Martins. Nos últimos Euronext Lisbon Awards, apresentados no início do ano, o fundo saiu galardoado com o prémio de ‘Investment Fund/Open Pension Fund in Portuguese stocks’

Os dois fundos seguintes são ambos geridos pela mesma entidade: a Optimize Investment Partners. Com 3,91% de rendibilidade nos primeiros nove meses do ano figura o Optimize Europa Valor. Com cerca de 9 milhões de euros em património, o fundo tem nas cinco maiores posições diversos tipos de ativos. O maior investimento pertence ao ETF iShares Euro Government Bond 1-3yr. Gerido pela iShares, o produto “replica o comportamento do índice Barclays Euro Government Bond 1 a 3 Anos” e saiu vencedor dos últimos Morninstar Awards com o prémio de Melhor Fundo Estrangeiro de Obrigações Curto Prazo. No top 5 das posições em carteira encontramos ainda dois títulos acionistas e dois títulos de dívida. No primeiro caso encontramos a Swiss e a Munchener, enquanto que nas obrigações encontramos dívida corporativa da NOS e ainda estatal francesa.

Já com uma rendibilidade de 2,27% figura o Optimize Investimento Activo. Com pouco mais de 10 milhões de euros o fundo, tal como o anterior, investe em diversos tipos de ativos. No top 5 dos investimentos em carteira, encontramos algumas semelhanças com o Optimize Europa Valor, como é o caso do investimento no ETF da iShares, a dívida pública francesa ou a dívida corporativa da NOS. Só as ações presentes nos top5 diferem, já que neste fundo os investimentos são realizados na Sanofi e na Airbus.

O fundo da Santander Asset Management que entra na lista é o Santander Global. Com um património de quase 155 milhões de euros, regista uma rendibilidade de 1,3% nos primeiros nove meses do ano. Em termos de carteira, cerca de 75% está aplicada em produtos de liquidez, com as obrigações a representaram mais de 20%. Ainda assim, a maior posição em carteira vai para um futuro sobre o PSI-20, sendo seguido de dívida estatal nacional.

O fundo que fecha a lista dos produtos com saldo positivo em termos de rendibilidade nos primeiros nove meses do ano é o BPI Global. Nesse período regista uma valorização de 0,37% e no final de setembro tinha quase 80 milhões de euros. Gerido pela BPI Gestão de Activos, o fundo tem como posições dominantes em carteira títulos de dívida, onde se destaca a dívida estatal de países como os EUA, Espanha, Itália e Alemanha.

Os fundos flexíveis com rendibilidades positivas em 2015

Fundo Gestora Rendibilidade 2015 (%)
BPI Ibéria BPI Gestão de Activos 4,890
Optimize Europa Valor Optimize Investment Partners 3,909
Optimize Investimento Activo Optimize Investment Partners 2,271
Santander Global Santander Asset Management 1,302
BPI Global BPI Gestão de Activos 0,367
Fonte: APFIPP no final de setembro