Orey Financial aposta na dívida governamental e acções de financeiras dos periféricos

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Cedida

A Orey Financial considera que há nos países periféricos boas apostas para este ano, com perspectivas de bons retornos, apesar dos riscos que ainda continuam a existir na Europa.

“Os países que foram mais penalizados com a crise da dívida soberana poderão ser os países, este ano, a trazer rentabilidades superiores", afirmou André Pinheiro, responsável da área de investimento, numa apresentação aos jornalistas.

Na dívida governamental, a posição é longa em periféricos, como Portugal, Espanha e Itália, "perante as taxas atractivas" que apresentam, por oposição à Alemanha e Estados Unidos que "têm o potencial de ganho esgotado".

Entre as escolhas nas acções aparecem novamente os países periféricos. "Preferimos estar no sector financeiro de periféricos em vez do sector financeiro de países como a Alemanha", referiu André Pinheiro, destacando aqui que, o sector financeiro português "poderá ser uma boa aposta", adiantando que estão "longos em BCP". O mesmo posicionamento existe para as financeiras dos Estados Unidos, concretamente com componente global, dando como exemplo Citi, JP Morgan e Morgan Stanley.

Nas acções estão ainda 'overweight' em Ásia e em grandes capitalizações com exposição à China. Sobre a evolução económica deste país, André Pinheiro salientou o facto de estar a "virar-se para um crescimento mais assente no consumo interno, no consumo privado", identificando como riscos pressões inflaccionistas, assim como eventuais restrições de crédito na China e de um 'hard lending' da economia chinesa.

No caso norte-americano, a inflação é também um receio. "Se a Fed continua a injectar dinheiro no mercado pode haver algumas pressões inflaccionistas para o final do ano", referiu, acrescentando que temas para decidir durante o primeiro semestre, como o 'fiscal cliff' e o tecto da dívida, "podem ser a ser na altura um factor de instabilidade para o mercado".

Quanto à Europa, a Orey estima um abrandamento económico no bloco europeu e salienta que "não será de excluir novo corte de 0,25 pontos percentuais nas taxas de juro pelo BCE". Para o responsável de investimentos, uma maior contracção da eocnomia europea "pode trazer alguma espiral deflaccionária", mas não sendo algo que esteja iminente. Destaca ainda que o papel intervencionista do banco central deverá manter-se ou até intensificar-se e que, com um alívio nas medidas de controlo orçamental, "podemos vir a ganhar algum espaço no binómio crescimento/austeridade".

O cenário previsto para  Europa contempla, nomeadamente, a possível  implementação do programa OMT em Espanha, assim como uma normalização das 'yields' dos países periféricos.