Olhos postos no segundo semestre dos fundos de ações

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faungg's photo, Flickr, Creative Commons

O segundo semestre de 2015 não será, certamente, lembrado pelas melhores razões. Grécia, China ou Volkswagen foram alguns dos temas dominantes que mexeram (e muito) com os mercados financeiros a nível global. Por exemplo, entre o início de julho e o final de dezembro o MSCI World, em euros, resvalou cerca de 3%, enquanto em dólares a queda foi de quase 5%. Já em Portugal, o PSI-20 sofreu uma descida de 4,3% no segundo semestre do ano.

Os dados compilados pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios – APFIPP – mostram que os fundos de ações em Portugal, nesse período de análise, atingiram uma rendibilidade média de -5,72%. No entanto, apesar do vermelho que dominou a segunda metade do ano, alguns fundos de ações conseguiram superar as dificuldades e apresentar resultado positivo.

Das mais de quatro dezenas de produtos de ações que existem no mercado nacional, a Associação divide-os em cinco categorias, consoante a sua região ou temática de investimento. O produto mais rentável no segundo semestre investe do outro lado do Atlântico Norte e trata-se do Caixagest Acções EUA que é gerido pela Caixagest. Foi um dos dez melhores produtos de 2015 e, também, o melhor dos últimos três meses do ano passado. No segundo semestre do ano a sua rendibilidade atingiu 2,348% com o património a superar os 98 milhões de euros, sendo um dos maiores fundos de ações do panorama nacional. No final do mês de novembro o maior investimento em carteira recai-a na gigante tecnológica Apple, seguido da Comcast Corp e da Allergan.

O segundo produto com maior rendibilidade no período também investe na América do Norte e denomina-se de Santander Acções América. Gerido pela Santander Asset Management o produto registou uma rendibilidade de 1,60% no segundo semestre do ano passado.

Melhores nas restantes categorias

Além da categoria que junta os produtos que investem na América do Norte, a APFIPP diferencia mais segmentos entre os fundos de ações. Um deles é o que junta as ações internacionais. Nesta categoria o melhor produto do segundo semestre do ano passado foi o Caixagest Ações Líderes Globais, da Caixagest, que atingiu ganhos de 1,21%. Também da mesma entidade vem o segundo melhor produto da categoria: o Caixagest Acções Japão que é, também, o melhor produto do ano passado.

Já o melhor produto que investe apenas no mercado nacional, no período em questão, foi o Caixagest Acções Portugal com uma rendibilidade de 1,124%. Gerido pela Caixagest, no final de dezembro geria mais de 35,5 milhões de euros com as maiores cotadas em carteira a serem a Portucel, a EDP Renováveis e a Sonae SGPS.

Com um olhar mais atento sobre a Europa encontramos duas categorias definidas pela Associação: a de ações sectoriais e ainda a que junta as cotadas da União Europeia, Suíça e Noruega. No primeiro caso o fundo mais rentável foi o Montepio Euro Healthcare que é gerido pela Montepio Gestão de Activos e investe nas maiores empresas europeias ligadas à saúde. Relativamente ao segundo caso o melhor produto foi o Popular Acções da Popular Gestão de Activos e nos maiores investimentos em carteira encontramos a belga Anheuser-Busch Inbev e a francesa Total.

Os melhores fundos de ações, por categoria, no segundo semestre de 2015

Fonte: APFIPP no dia 31 de dezembro