Oito gestoras unem-se num grupo em defesa das boutiques

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Grzegorz Łobiński, Flickr, Creative Commons

Sob o nome “Group of Boutique Asset Managers”, o GBAM uniu as gestoras Banif Gestão de Activos, as espanholas Bestinver, Mutuactivos e Banca March, a italiana Banca Sella, a chilena Corpbanca e a mexicana GBM. José Luis Jiménez, director geral da March Gestión de Activos, será o presidente do grupo e Raul Marques, administrador do Banif Investimento, desempenhará funções de vice-presidente. “É uma iniciativa bonita, não somos concorrentes mas sim entidades complementares e esta iniciativa surge para ajudar-nos a nós mesmos”, diz Jiménez, que assegura que se trata do primeiro grupo deste tipo criado no mundo.

Raul Marques acrescenta que “acima de tudo é um conjunto de entidades que partilham experiências, ideias, plataformas apoiando o seu próprio negócio”.

O lançamento efectivo deste grupo teve lugar a semana passada com umas jornadas organizadas em Madrid, às quais assistiram a maioria dos integrantes e que contou com diferentes palestrantes.

Segundo o grupo, a criação do mesmo é uma resposta à cada vez maior polarização no mundo da gestão entre as grandes gestoras com amplas capacidades de gestão e as boutiques especializadas, com um número limitado de estratégias de investimento. Precisamente para apoiarem-se umas às outras são estas boutiques que agora se unem neste grupo.  

O grupo de gestoras partilham características comuns como o facto da sua cultura se basear na rendibilidade, serem reconhecidas pelo seu talento, criatividade e espírito empresarial, segundo asseguram num comunicado. Além disso, todas têm interesse em apliar os seus negócios internacionalmente, pelo que partilham os seus problemas no momento de enfrentar esse crescimento com recursos limitados. “A experiência internacional é dos aspectos mais complicados e interessantes e podemos partilhar conhecimentos e experiências”, explica Jiménez.

O grupo no procura ser um grupo de pressão nem competir com as diversas associações de gestoras dos países, mas sim ser um fórum de debate com o mesmo perfil, problemas e necessidades. Segundo Jiménez, constituir-se-á como associação sem fins lucrativos. O seu único objectivo é melhorar os seus negócios para o bem dos seus clientes e sócios. Assim, procura criar uma rede para discutir temas de negócio que constituem desafios para as boutiques, melhorar partilhando experiências e as suas melhores práticas em todas as áreas da gestão, compreender melhor as características dos seus mercados locais para melhorar a distribuição dos seus produtos e conseguir um maior reconhecimento dos gestores especializados.

O grupo está aberto à entrada de novas gestoras e, segundo asseguram, houve interesse por parte de gestoras britânicas, uma asiática e outra suíça.

Apesar de não existir uma definição oficial do que é uma boutique, o grupo dá por vendida a definição de The DNA of a boutique – Vision Focus – State Street 2012: “Não existe uma definição única na qual se encaixe todos os tipos de boutiques. As boutiques têm estruturas diferenciadas, formas e tamanhos. Algumas estão a começar, enquanto que outras já estão no mercado há anos. Podem ser independentes ou divisões dentro de grandes organizações. Os clientes de uma boutique podem ser principalmente institucionais, grandes patrimónios ou ‘family offices’. O próprio termo de boutique cria dúvidas, com algumas empresas a preferirem descrever-se como gestoras especializadas. Não existe uma maneira simples de definição.