Obrigações continuam a ser o peso pesado dos fundos de pensões abertos

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TooSour, Flickr, Creative Commons

Os fundos de pensões abertos foram “subindo” vários degraus durante o ano passado. Conforme mostram os dados da APFIPP, a cada trimestre estes produtos conseguiram que o seu volume sob gestão fosse crescendo, e no final do ano passado o montante gerido transpôs mesmo a barreira dos 1.800 milhões de euros, o que contrasta fortemente com o cenário de final de 2013, em que o volume gerido era de 1.390 milhões de euros.

Analisando cada componente aplicada pelos fundos de pensões abertos, há conclusões significativas a apontar, principalmente durante o último trimestre de 2014.

Menos investimento em fundos

Os fundos de investimento foram os “patinhos feios” do período, pois praticamente todas as categorias de fundos reduziram a sua permanência na globalidade das carteiras dos fundos de pensões abertos. Assinala-se por exemplo a queda de 69,7% no valor aplicado em fundos de tesouraria, que passou dos 19,2 milhões de euros em setembro, para os 5,8 milhões no final do ano passado. Outra redução de investimento aconteceu nos fundos de investimento em obrigações. Os fundos de pensões abertos investiram menos nos produtos de obrigações durante o último trimestre de 2014, tendo a queda sido de 3,7%, para os 114,7 milhões de euros.

A “sair” da bolsa nacional

Olhando para outras rubricas denota-se por exemplo que também as ações portuguesas passaram a ocupar menos espaço nas carteiras dos fundos de pensões abertos.  A variação trimestral foi de 3,2%, o que fez com que o valor investido pelos fundos de pensões na bolsa nacional voltasse a um montante próximo do final do primeiro trimestre de 2014: 17,9 milhões de euros.

Investimento ‘record’ em obrigações

Por outro lado, há que assinalar quais os ‘pesos pesados’ nas carteiras dos fundos de pensões abertos. As obrigações continuam a ser a classe de ativos que mais predominância tem nestes produtos. No final do ano as obrigações representavam 49,5% do investimento feito pelos fundos de pensões, o que em termos de montante representava 897,1 milhões de euros, ou seja o valor mais elevado do ano de 2014.

o dinheiro aplicado em instrumentos de liquidez/Mercado Monetário correspondeu à rubrica que maior crescimento trimestral apresentou: 20,4%. O investimento feito a este nível registou uma taxa de crescimento durante 2014, e representa já quase 23% do volume sob gestão os fundos de pensões abertos.  Se no início do ano passado estes produtos deixavam 191,1 milhões de euros em Liquidez/Mercado Monetário, no fecho de 2014 esse montante chegou aos 412 milhões.