"Objectivo é ter em três anos um crescimento de 50% nos activos sob gestão"

"Há sinergias claras" e objectivos definidos a três anos, concretamente um crescimento dos activos sob gestão em 50%, afirmou o CEO, Gonçalo Pereira Coutinho, em entrevista à Funds People Portugal. Para já há um novo nome já aprovado, Patris Gestão de Activos, e a intenção de até final do ano aumentar a oferta de fundos mobiliários no mercado. A aguardar está o desfecho da venda da Real Vida pelo Estado.

Qual o racional e os objectivos da aquisição da BPN Gestão de Activos?
O racional tem a ver com a entrada na gestão de activos, que era para nós uma prioridade já há uns anos porque complementa muito bem o negócio da corretagem. Há sinergias claras, operacionais, comerciais, sinergias de serviço ao cliente. Esta foi uma oportunidade que apareceu para entrar no mercado de gestão de activos com uma empresa que já tem 20 anos de mercado, com um percurso um pouco parecido com o da Fincor. Tem equipa, tem uma gama de produtos que são distribuídos no BIC e tem gestão discricionária de carteiras de particulares e institucionais, tem alguns fundos premiados pela Morningstar, como o fundo Acções Europa, e portanto foi uma forma rápida de entrarmos nesse negócio.

Quantos clientes tem a gestora?
Tem cerca de 200, 300 clientes, é a terceira maior gestora independente.

E activos sob gestão?
Tem cerca de 400 milhões de euros em activos sob gestão. A sociedade já tem um novo nome, já autorizado, que é Patris Gestão de Activos, gere um fundo de capital de risco também, portanto, também complementa a nossa área de capital de risco, e vamos entrar também no fundos de investimento imobiliário,

Isso significa que a Patris Capital deixa de existir?
A Patris Capital pode continuar a existir ou podemos fazer a fusão com esta sociedade. Em termos de negócio já tínhamos na Patris Capital um fundo, mais pequeno, de cinco milhões de euros; este é um fundo maior, de 20 milhões, assim ganhamos escala na gestão de fundos de capital de risco, o que também é muito importante para nós. Portanto, para nós as sinergias são óbvias.

No caso da gestora de activos falou na intenção de lançar fundos imobiliários. Poderá passar também pela criação de um fundo de arrendamento?
Não, não será nesse conceito.

Quanto à oferta está previsto o lançamento de novos produtos até final do ano ou a que existe é, para já, suficiente?
Diria que é suficiente mas é natural que, até final do ano, sejam lançados novos produtos, mais fundos mobiliários.

Em relação à integração, quando esperam que esteja concluída?
A integração em termos de instalações, informática e a migração total até final de Agosto fica concluída.

Já definiram objectivos, nomeadamente quanto a activos sob gestão?
Temos todo o plano de migração feito e um plano de negócios com activos sob gestão, canais de comercialização, cedência de comissões em função do tipo de parceiros... Temos um plano muito detalhado a três anos. O objectivo passa por ter em três anos um crescimento de 50% dos activos sob gestão. O que vai buscar é mais que isso, mais que 50% - 200 milhões -, o que estamos a contar é que alguns dos activos que temos sob gestão naturalmente podem deixar de estar. Por exemplo, a Real Vida é cliente da BPN Gestão de Activos, dependendo de a quem for vendida, pode deixar de ser nossa cliente.

Como está o processo da Real Vida?
Está adiantado. É um processo que começou já em Setembro do ano passado e que foi interrompido a uma semana de se fazerem as propostas firmes, alegadamente por falta de capacidade da Real Vida em dar informação solicitada pelos concorrentes. A ideia era esperar duas semanas para conseguir tentar recolher essa informação, para responder às perguntas dos concorrentes, e a verdade é que já passaram dois meses e o concurso continua parado. Penso que isso também se deve entretanto à alteração da administração da Parparticipadas. Esperamos agora que a nova administração prossiga o processo anterior. Há quem já esteja há um ano neste processo, não se pode agora de repente dizer que é para começar outra vez do zero. Há regras do concurso que têm de ser respeitadas e esta tem que ser. O concurso começou em Setembro do ano passado e agora tem que ter a sua conclusão o mais brevemente possível.