O que temem os investidores europeus?

4278434497_6780846bbd
jonycunha, Flickr, Creative Commons

Os medos dos investidores europeus estão a vir ao de cima por causa do aumento das tensões geopolíticas mas também perante as perspetivas económicas de crescimento mais fracas para a Zona Euro. A conclusão está refletida no último inquérito realizado pela Fitch referente ao terceiro trimestre de 2014 (Fitch's 3Q14 survey).

Segundo o documento divulgado pela agência de notação financeira, todas estas questões contribuíram para que o comportamento risk-off do investidor aumentasse.

Deflação preocupa fortemente os investidores

“As questões geopolíticas voltaram a estar no topo da lista ao nível do risco dos mercados de crédito e os medos de recessão quase que duplicaram”, pode ler-se.  Também a deflação, diz a Fitch, é uma das preocupações que mais tem “incomodado” os investidores. 53% dos inquiridos classificam este problema como de “alto risco”.

A agência de notação financeira sublinha ainda que os questionados estão atualmente divididos quanto à forma de lidar com estes riscos. Menos de um terço defendem uma flexibilização fiscal adicional em países com economias mais fracas. Já 39% dos inquiridos opõe-se a essas medidas, uma vez que “podem ameaçar a estabilidade de longo prazo”.

Crescimento económico: principal medo

A Fitch observa que a mudança no sentimento do investidor destaca uma grande preocupação relativamente ao crescimento económico. No entender da agência de ratings, daqui para a frente “os decisores políticos vão ter como desafio calibrar a sua resposta política adequada, com a flexibilidade fiscal na Zona Euro a ser particularmente restrita”. Adiantam também que os investidores “estão divididos relativamente sobre se o abrandamento das políticas fiscais na Zona Euro será positivo ou negativo, enquanto as potenciais implicações de rating irão depender  muito da combinação do impacto  dos resultados da dívida pública governamental.

O “Fitch 3Q14 survey” foi levado a cabo entre 3 de setembro e 3 de outubro e representa a visão de gestores de obrigações de cerca de 7.100 mil milhões  de euros.