O que se compra quando se adquire um fundo de ações europeias?

europa1
morberg, Flickr, Creative Commons

O inquérito que o Bank of America Merril Lynch publica há vários meses consecutivos, cita a guerra comercial que a China e os EUA mantêm como o grande risco que os gestores enfrentam no momento de elaborar as suas carteiras. Não obstante, as suas expectativas sobre os mercados emergentes e o mercado americano não fizeram outra coisa senão melhorar nos últimos tempos, ao contrário do que acontece com as ações europeias, que continuam a estar numa zona cinzenta da qual está a ser difícil sair.

Isto aconteceu apesar de, na realidade, nos últimos doze meses, o mercado europeu se ter comportado muito melhor do que o americano. De facto, segundo dados da Bloomberg, o Eurostoxx 50 regista a um ano uma rentabilidade de 4,4% face aos 1,37% que consegue o Dow Jones. Isto acontece apesar dos dececionantes dados económicos que se vão conhecendo na Europa, sobretudo na Alemanha, e dos riscos que a região enfrenta, com o Brexit e a subida do populismo como grandes protagonistas.

O que explica então o bom comportamento do mercado apesar do negativo sentimento de mercado se sente em relação à região? Uma das razões pode ser a elevada globalização que o mercado europeu apresenta que fica refletido neste gráfico que o Bank of America Merril Lynch publicou recentemente.

ed8126863894aa63

Segundo o mesmo, mais de 40% dos lucros das empresas que negoceiam no Eurostoxx 50 vêm de fora da Europa e essa percentagem é muito superior quando se analisam individualmente os diferentes índices de bolsa que há na Europa. Por exemplo, no caso do índice suíço essa percentagem alcança os 90% e no que diz respeito ao Ibex, 70% dos lucros das empresas que o compõem provém de fora do seu mercado doméstico e mais de 40% de fora da Europa.

“A Europa é um mercado estupendo para os selecionadores de valores que procuram bons investimentos. É um mercado incompreendido, complexo, profundo, líquido e isso torna-o perfeito para os selecionadores de valores”, afirma Ben Ritchie, gestor de Ações Europeias da Aberdeen Standard Investments.